A prática de jogar uma moeda para o ar, popularmente conhecida como "cara ou coroa", é comum em diversas culturas ao redor do mundo. Sua origem exata é considerada desconhecida por muitos historiadores, mas há diversas teorias de outros tantos estudiosos sobre como e onde essa tradição teve início.
Uma das teorias é que o jogo surgiu na Grécia Antiga, durante o século VI a.C. Nessa época, o jogo era conhecido como "huppeia" e consistia em jogar uma concha para o ar e adivinhar em qual lado ela cairia. A prática era usada para tomar decisões importantes, como escolher líderes ou determinar a culpa em julgamentos, sendo talvez seja o relato mais antigo dessa prática.
Outra teoria é que o jogo de "cara ou coroa" surgiu na Roma Antiga, onde era conhecido como "navia aut caput" (navio ou cabeça). Nesse jogo, uma moeda era jogada para o ar e o resultado dependia do lado em que ela caísse. Esse jogo era popular entre soldados romanos e era usado para determinar qual deles seria o próximo a fazer uma tarefa ou qual seria o líder da unidade.
Há também relatos de que o jogo de "cara ou coroa" era praticado por vikings durante o período medieval. Segundo essa teoria, os vikings jogavam uma faca para o ar e determinavam o resultado com base no lado em que ela caísse.
Independentemente de sua origem exata, a prática de jogar uma moeda para o ar para tomar decisões se espalhou pelo mundo e continua sendo popular até hoje. É uma forma simples e rápida de tomar decisões, especialmente quando não há outras opções claras disponíveis. Além disso, é um jogo considerado justo, já que o resultado depende exclusivamente do acaso e não pode ser influenciado pelas partes envolvidas.
Em português, a expressão Cara ou coroa, tem origem nas antigas moedas portuguesas, que numa face tinham gravada a imagem de um rosto (cara) e o valor da moeda e, na outra, um brasão ou as armas da coroa.
Com base nessa origem histórica, é comum, no Brasil, associarmos equivocadamente o lado da moeda que contém seu valor ao nome “coroa” e o outro lado (que nas moedas de um Real, por exemplo, têm a imagem de um rosto, a Efígie da República) ao nome “cara”. Apesar de aparentemente lógica, essa nomenclatura é completamente errada! A “coroa” de uma moeda é sempre o seu anverso.
O anverso de uma moeda é a sua face principal e, em geral, traz a efígie do soberano do País ou as indicações de maior importância (o nome BRASIL, por exemplo). Desse modo, o reverso é a face oposta ao anverso, a qual traz os dados de importância secundária, como o próprio valor monetário da moeda.
COMO É CONHECIDO O "CARA OU COROA" EM ALGUNS PAÍSES?
- Na Espanha o nome usado era o “cara" e "cruz”
- Os americanos do norte e outros países de língua inglesa também jogam o cara e coroa, só que por lá é chamado de “heads” (cabeças) e "tails” (caudas) para nominar os lados da. moeda
VAGA DE COPA AMÉRICA (FUTEBOL) DECIDIDA NO "CARA OU COROA"
.A vaga para a final da Copa América de Futebol de 1975 teve de ser decidida no Cara ou Coroa! Brasil e Peru empataram em todos os critérios de desempate, e para decidir quem iria disputar a final foi preciso uma disputa de cara ou coroa. Esta folclórica cena possui poucos registros. Conta-se que, ao apito final, os capitães dos dois times foram chamados pelo árbitro, como no início de um jogo qualquer. Um escolheu cara, outro coroa, e a moeda foi lançada ao ar. E assim que a moeda tocou o chão, ficou decidido o vencedor do confronto. O Peru "derrotou" o Brasil e se classificou para a finalíssima da competição.
NOME DE UMA CIDADE FOI DECIDIDO NO "CARA OU COROA"?
Nos Estados Unidos, em 1845, Asa Lovejoy e Francis Pettygrove jogaram a moedinha para saber quem escolheria o nome da nova cidade do estado de Oregon. Pettygrove levou a melhor e nomeou a cidade como Portland.
O "CARA OU COROA" TAMBÉM JÁ DECIDIU UMA ELEIÇÃO!
As autoridades eleitorais do Peru escolheram o prefeito de uma cidade andina no cara ou coroa em 2014, após o empate entre os dois principais candidatos na votação
a "decisão" final coube ao Júri Eleitoral Especial de Cuzco, que favoreceu Wilbert Medina, pois contando com a sorte e escolhendo "cara" no cara ou coroa, tornou-se o novo prefeito do distrito de Pillpinto, na província de Paruro (sudeste do Peru).
Pesquisa realizada por: Bruno Diniz / Historiador, Cientista Político e Numismata. Outras fontes consultadas: Felipe Branco Cruz / Cara ou coroa - UOL. Imagem que ilustra a postagem: Árbitro Nielson Nogueira Dias faz um cara ou coroa antes da partida (imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress)
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