Você
pode não gostar, concordar ou aturar a atuação das agências governamentais e seus
órgãos fiscalizadores, com seu “modus operandi” repleto de falhas e
questionamentos. Mas não podemos transformar nossa ojeriza governamental em
pacto e apoio ao ilícito.
Muito
se fala sobre exploração e extração ilegal de ouro em reservas indígenas nos últimos
dias, e estão todos com razão! Mas muitos estão olhando somente para um escândalo
midiático que gera dividendos políticos com fortalecimento de uns diante da justa
responsabilização dos erros do outro. Isso é política, e isso é Brasil.
Se
eu lhe disser que estão fazendo a mesma coisa com a nossa história! Estão invadindo
as terras imateriais da história ao ponto de utilizar essa imaterialidade, coletando
relatos populares para explorar ilegalmente achados materiais encontrados a
partir desses mesmos relatos. É um crime em curso e eu vou explicar pra você!
Muitos
“exploradores amadores” estão revisitando as páginas não publicadas da história
do Brasil em uma busca silenciosa para encontrar raridades da numária
brasileira. De acordo com relatos e vídeos “indecentemente” publicados no YouTube,
muitos estão visitando antigos engenhos com o objetivo de seguir as lendas que
versam sobre as botijas de moedas e ouro esquecidos nos tempos de um Brasil
colonial, imperial e até mesmo das primeiras décadas da República.
Em
toda lenda existe um fundo de verdade, e em um país continental e que foi
colonizado, sofremos com a falta e a distância de locais seguros para depositar
as riquezas de “empresários” dos mais variados ramos de exploração neste
passado tão longínquo.
Mas
não são somente lendas? -
Na atualidade as lendas das botijas e do ouro tem tomado proporções cada vez
mais reais onde vizinhos e populares de várias localidades do nordeste comentam
sobre os curiosos que insistem em saber mais as supostas lendas e logo depois
aparecem com aquilo que os locais denominam como “uma máquina que apita.”
Esses
“exploradores amadores” de botijas estão lesando os tesouros no nordeste do Brasil
e em outras localidades do país. Estão tomando de assalto a riqueza histórica
nacional. Estão tirando de forma clandestina do solo os tesouros nacionais que
pertencem aos brasileiros. Sou fã do trabalho de muitos “exploradores amadores”,
mas estes deveriam ser cadastrados e até mesmo possuir uma legislação especifica
para regulamentar sua atuação.
As
botijas enterradas fazem parte da arqueologia de um Brasil colonial que serviria
para dar importantes contribuições sobre como vivia o nosso povo em determinados
períodos. Os “exploradores amadores” não desconhecem as leis precárias do
Brasil, mas nossas autoridades desconhecem os equipamentos e a atuação cada vez
mais rentável dos caras que usam “as maquinas que apitam”.
O
último vídeo que vi sobre descoberta de botijas com moedas raras, foi taxado
como “local muito rico e onde resolvemos passar o apitador” disse um feliz
proprietário de bens que pertencem a união. Durante o vídeo ele ainda mostra
que “ali foram achadas botijas cheias de moedas, sendo algumas até de ouro”.
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