Em 2021 um escândalo ficou
encoberto por muitos numismatas com trânsito livre na Casa da moeda. Como
colecionador me sinto triste por saber que o silêncio entre os numismatas foi quase
que unânime, e que não vimos nenhuma instituição numismática solicitar formalmente
explicações para a CMB. Mas já que a poeira foi parar embaixo do tapete dos
numismatas mais aclamados, resta ao nosso site informar aos colecionadores independentes,
que a Casa da Moeda está vendendo medalhas e moedas comemorativas que podem ter
sido fabricadas com ouro fornecido por uma empresa acusada pelo Ministério
Público Federal (MPF) de ser uma das principais comercializadoras de ouro
extraído de garimpos ilegais na Amazônia.
A fornecedora da Casa da Moeda é
a empresa FD'Gold. Segundo o MPF, entre 2019 e 2020, a FD'Gold comercializou
pelo menos 1,3 mil quilos de ouro de origem clandestina. Especialistas afirmam
que há risco reais deste ouro ilegal e oriundo da Amazônia ter abastecido o
mercado formal.
As empresas foram procuradas, mas
alegaram sigilo comercial e não informaram que documentos ou procedimentos
adotam para garantir aos colecionadores que as medalhas e moedas vendidas com
ouro da FD'Gold não são feitas com ouro ilegal.
Após a reportagem feita pela BBC
News, a Casa da Moeda emitiu um novo posicionamento informando que o contrato
com a FD'Gold prevê exigências "socioambientais e anticorrupção". O
texto do contrato prevê exigência de que as duas partes cumpram a legislação
ambiental e que não utilizem recursos oriundos de danos ambientais.
E O BANCO CENTRAL? A instituição diz que só é responsável pela fiscalização do ouro depois que ele é comprado por instituições financeiras.
E AS INSTITUIÇÕES NUMISMÁTICAS? Não é de conhecimento do nosso site que estas tenham feito qualquer manifestação pública solicitando explicações.
Fonte: MPF / BBC
News
Imagens: Montagem com imagens do IBAMA e medalha comercializada pela CMB.