Miliarésio
foi o nome dado para moedas cerimoniais bizantinas de prata. Em seu sentido
mais específico, refere-se a um tipo de moeda de prata cunhada nos séculos
VIII-XI. O nome também foi incorporado às línguas europeias ocidentais, onde
milhares (milliarès) é um termo usado para denotas os vários tipos de moedas de
prata muçulmanas.
De
início, era o nome foi dado a uma série de moedas de prata emitidas no século
IV a taxa de 72 por libras e que equivaliam a 1000 numos. A partir daí até o
século VII, os bizantinos não usaram moedas de prata. No século VII, miliarésio
foi o nome dado às moedas do tipo hexagrama, e de 720 em diante um novo tipo,
mais fino que o hexagrama, instituído pelo imperador bizantino Leão III, o
Isauro (r. 717–741). Este último tipo, para o qual o termo miliarésio é
geralmente preservado entre os numismatas, aparentemente eram equivalentes a
144 por libra, com um peso inicial de 2.27 gramas, embora no período macedônico
o peso tenha sido aumentado para 3.03 gramas e sua equivalência tenha sido
alterada para 108 moedas por libra.
No
primeiro século de sua emissão, aparece sendo emitida somente como uma moeda
cerimonial na ocasião de nomeação de um co-imperador, e por isso sempre
apresenta os nomes dos dois imperadores bizantinos. Apenas a partir do reinado
de Teófilo (r. 829–842) a miliarésio teria sido emitida regularmente.
As
moedas foram inspiradas no contemporâneo dirrã de prata islâmico, e em comum
com ele (e ao contrário da cunhagem de ouro e cobre do império, ou o
hexagrama anterior) inicialmente não apresentava representações humanas,
ostentando em vez disso nomes e títulos do imperador bizantino ou imperadores
no reverso e uma cruz sobre um degrau no anverso. No século X, o imperador
Alexandre (r. 912–913) introduziu um busto de Cristo no anverso, e Romano I
Lecapeno (r. 920–944) adicionou um busto imperial no centro da cruz. Este
processo culminou no século XI, quando imagens de imperadores, Cristo e a
Virgem Maria começaram a aparecer. No século XI, as frações 2/3 e 1/3 de
miliarésio também começaram a ser emitidas, mas o colapso militar e financeiro
dos anos 1070–1080 afetou sua qualidade.
Miliarésio de Leão
III, (r. 717–741) celebrando a coroação de seu filho, Constantino V (r.
741–775), como co-imperador.
Miliarésio cunhado
por Romano I Lecapeno (r. 920–944), mostrando seu busto em uma cruz (anverso) e
listando os nomes de si mesmo e seus co-imperadores, Constantino VII, Estêvão e
Constantino (reverso).
Miliarésio cunhado
por Romano III Argiro (r. 1028–1034), com a Virgem com o infante Cristo no
anverso e o imperador de pé no reverso.
A cunhagem da moeda foi descontinuada após 1092, sendo inicialmente substituída por uma moeda traqueia de bilhão de baixo-grau, no valor de um quarto de miliarésio que posteriormente seria muito desvalorizada. Mas a moeda criada inicialmente para cumprir propósitos cerimoniais ainda daria seu último suspiro, sendo essencialmente revivida na forma do basílico emitido a partir de 1300.
Numo termo latino que
significa "moeda", usado tecnicamente para uma série de moedas de
cobre emitidas pelos imperadores romano e bizantinos durante a Antiguidade
Tardia.
Miliarésio em grego:
μιλιαρήσιον; romaniz.: miliaresion; em latim: miliarensis