Para compreender nosso artigo
precisamos voltar nossa atenção para a etimologia da palavra “suástica”. Esta,
deriva do sânscrito (svastika), que significa “prosperidade, sorte e
bem-estar”. O símbolo tem sua génese originalmente religiosa e é considerado
sagrado por diversas culturas asiáticas, onde entre elas podemos destacar o
hinduísmo e o budismo. Estas religiões utilizam a suástica há milhares de anos.
Os estudos relacionados aos campos da história são responsáveis por remontar períodos e identificar variados símbolos utilizados pelo homem. Estudos revelam que as primeiras aparições do símbolo suástico foram encontradas na região da Índia datando de cerca de 2.500 a.C. A religião Hindu associava esse símbolo ao ciclo de nascimento, morte e renascimento. Ao mesmo tempo, a suástica também era associada ao sol e a Vishnu (deus responsável pela conservação e sustentação do mundo. Um dos principais deuses dentro do hinduísmo).
Associar a suástica ao hinduísmo e ao budismo é uma realidade historicamente comprovada, mas teriam estas culturas algum contato passado com outras que já empregava o uso da suástica? Como historiador eu diria que sim, pois outros padrões semelhantes à suástica estão entre achados arqueológicos encontrados pelo homem e que apontam para um período anterior aos 2.500 a.C. citados anteriormente. O mais antigo dos achados arqueológicos contendo a suástica como peça em destaque e encontrado pelo homem, foi localizado em terras fronteiriças russa, tendo como ponto cronológico uma datação de mais de 15.000 anos.
É certo que as culturas passadas e o contato delas umas com as outras acabaram por estimular o desenvolvimento de formas semelhantes de símbolos diversos para uma mesma finalidade. Isso explica parte dos mistérios que o símbolo suástico possui.
Como historiador não posso e nem mesmo outros podem comprovar precisamente a origem da suástica. O fato relevante e histórico da segunda guerra mundial onde a suástica foi empregada como símbolo e amplamente observada em propagandas, uniformes, aparatos militares e até mesmo no dinheiro alemão. Uma cópia visual quase perfeita do símbolo antigo. Os bons valores que o símbolo transportava em sua carga cultural histórica não foram copiados, mas pessimamente distorcidos em favor do ideal de uma única raça.
Em alemão o símbolo suástico é novamente batizado e a palavra suástica fica conhecida como “Hakenkreuz”, em tradução livre para o nosso idioma “cruz em gancho”. O Partido Nazista apropriou-se do símbolo em 1920, bem antes da segunda guerra, lhe dando um novo significado.
Você se lembra do contato entre culturas o qual citei anteriormente? Se sim, saiba que teóricos nazistas alegam que o uso do símbolo teria sido adotado pelos primeiros arianos que, no passado, teriam participado do processo de colonização da Índia. Devemos destacar que o Hinduísmo é uma tradição religiosa iniciada na índia com a cultura védica. Iniciada por volta de 3.000 a.C. ela é considerada uma das religiões mais antigas do mundo. Além disso, ela é a terceira com o maior número de adeptos no mundo. Neste país, o hinduísmo é a principal crença e atinge cerca de 80% da população. No entanto, a propaganda nazista ao se apropriar do símbolo, lhe oferece uma nova identidade passando a ser vista na cor preta, destacada em um circulo branco e uma bandeira predominantemente vermelha.
As cores escolhidas pela propaganda nazista são alusivas à antiga bandeira do Império Germânico. No livro Mein Kampf (Minha Luta), Hitler explica em detalhes sua visão sobre como seria o símbolo e sua utilização.
Dessa maneira, a propaganda nazista empregava a suástica em todo lugar para reafirmar a ideia da superioridade racial e sua luta para dominar o mundo.
Aleister Crowley foi contatado por um amigo, um agente da Coroa chamado Ian Fleming (o criador de James Bond, o 007) para ajudar no interrogatório de Rudolf Hess e fornecer ao Primeiro-Ministro inglês Winston Churchill informações sobre o pensamento supersticioso e místico do inimigo. Segundo Crowley, a partir das percepções e informações obtidas no interrogatório saiu a recomendação para que se utilizasse o (hoje) conhecido sinal do “V” da vitória, que na verdade trata-se de um representação do símbolo da divindade egípcia Apophis (Apófis), um deus do Caos e da destruição, inspiração inglesa teoricamente capaz de fazer frente às energias malignas utilizadas pelos nazista.