Sempre falamos em moedas e notas como itens de
arte, colecionismo e cultura, mas também é preciso falar de sua finalidade.
Poder de compra, meio circulante, inflação e economia. Nosso artigo oferece uma
visão simplificada de um problema nacional que foi gravemente gerado na última
década e que agora nos assombra de forma muito real, pois quando o valor do
dólar aumenta, significa que a nossa moeda está potencialmente desvalorizada e
que, por conta disso, os produtos para exportação ficam muito mais baratos.
Consequentemente, os outros países, que querem aproveitar o preço baixo,
aumentam bastante as compras de produtos brasileiros.
Se mais produtos são comprados, acaba sobrando
pouco para o consumo interno, o que gera alta nos valores desses produtos.
Por isso que a carne está caríssima e os outros
itens da cesta básica também estão acompanhando a elevação de preços. Os países
estão comprando grandes quantidades de produtos que produzimos, nos deixando
com pouco para atender a alta demanda.
Outro fator que comprova essa desvalorização da
nossa moeda é a criação de notas de maior valor.
Sempre que isso acontece, significa que a nossa
moeda está tão desvalorizada que vai ser necessária uma circulação de valores
muito mais altos para fazer suas compras. Também significa que ira facilitar as
transações com moeda corrente, dando ao povo a "comodidade" em poder
usar poucas notas.
Um exemplo prático, quando o quilo da carne sai
por R$ 50, é mais fácil pagar dois quilos com uma nota de R$ 200 do que com dez
notas de R$ 10. O que significa que R$ 10 já pode ser considerado pouquíssimo
dinheiro e que R$ 200 não possui um poder de compra tão elevado.
Perceba que há dez anos, você comprava muito
mais coisas com R$ 50 do que hoje. Lembre-se que o kg do frango em 1994, (no
início do plano real) era vendido por 1 real.
Aquela era uma época de alta valorização da
nossa moeda e que tínhamos um poder aquisitivo da moeda consideravelmente maior.
Os mais vividos devem lembrar dos Cruzeiros da
década de 70 em diante. Nesta época, nossa moeda era completamente
desvalorizada, tinha nota de 1000 cruzeiros, e alimentos que simplesmente
chegavam a custar 800 cruzeiros.
A desvalorização da moeda é um fator que pode
quebrar a economia de um país. Uma das consequências é a observação de um PIB
mais baixo, preços inflacionados, dinheiro com valor facial mais elevado e
dificuldades em controlar a inflação.
Afinal, algumas práticas para maquiar as dificuldades econômicas foram utilizadas ao longo dos últimos anos, fazendo com que nosso país transmitisse a falsa impressão de bem estar econômico. Infelizmente hoje a bomba estourou e temos que conviver com os fantasmas de outros padrões monetários. Para muitos é uma experiência que não queríamos de volta, mesmo sabendo lidar com ela, mas para outros (uma geração) é algo novo e que deixará profundas marcas por nunca terem vivido uma situação econômica tão complicada.