Se
tudo der certo o cabo de guerra terá fim e a cédula de R$ 200 será lançada oficialmente na próxima
quarta-feira (02/09). A intenção do Banco Central (BC) é colocar as 20 milhões
de cédulas para circulação na próxima semana. O motivo público seria a tentativa
de suprir a demanda por dinheiro em papel crescente durante a pandemia de
covid-19.
A
apresentação da cédula de R$ 200 é esperada há cerca de um mês por numismatas,
notafilistas, colecionadores, curiosos e comerciantes do ramo colecionista,
desde que o Banco Central (BC) anunciou a produção. O prazo para o lançamento
foi alterado, mas o homenageado continuará sendo o lobo-guará. A nova data foi
informada na última quinta-feira (27/08) pelo BC, em resposta a um processo que
pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do lançamento da nota de R$
200.
"O
lançamento da nova cédula está agendado para o próximo dia 2 de setembro,
quarta-feira", informou o presidente do Banco Central, Roberto Campos
Neto, ao STF.
DETALHES
- Segundo o BC, 7,2
milhões de cédulas de R$ 200 já estão prontas. E a expectativa é que esse
número chegue a 20 milhões de cédulas até o dia marcado para o lançamento.
O
custo das cédulas de duzentos reais é de R$325/milheiro. Esse primeiro lote de
20 milhões de cédulas de duzentos reais custou aos cofres públicos o montante
de R$6,5 milhões.
Ao
todo, a autoridade monetária fez uma encomenda de 450 milhões de cédulas de R$
200 à Casa da Moeda, ao custo de R$ 146 milhões. Por isso, a Casa da Moeda tem
trabalhado em três turnos e nos fins de semana para dar conta da demanda. Nesta
semana, inclusive, a Casa da Moeda negociou com os moedeiros a manutenção do
regime de horas extras aos fins de semana para garantir a produção das novas
notas.
BANCO
CENTRAL X STF - O BC em
mensagem ao STF, alega, que uma eventual medida liminar que impeça o lançamento
da cédula de R$ 200 "acarretaria em um sério prejuízo para a execução dos
serviços de meio circulante a cargo do Banco Central e para a própria sociedade
em si, que vem apresentando demanda crescente por dinheiro em espécie".
O
debate em torno da nova nota é intenso e segundo a autoridade monetária, o
brasileiro vem demandado mais dinheiro em papel na crise da covid-19, sobretudo
após os pagamentos do auxílio emergencial. Por isso, é preciso reforçar o meio
em circulação para que não falte dinheiro em papel no Brasil.
A
nova nota, tem sido questionada por diversas entidades de combate à corrupção.
O receio é de que, pelo alto valor, a cédula de R$ 200 favoreça a corrupção e a
lavagem de dinheiro. Por isso, os partidos Rede, Podemos e PSB entraram com uma
ação no STF pedindo a suspensão do lançamento. O pedido está sendo analisado
pela ministra Carmem Lúcia, que recebeu do BC a garantia de que não haverá
incentivos ao aumento da corrupção com a cédula de R$ 200.
O BC argumentou que o Brasil tem ampliado os mecanismos de combate à corrupção e afirmou que "quando muito", as novas cédulas de R$ 200 representarão apenas 5% do total de cédulas em circulação no país, "figurando como a denominação com a menor quantidade em circulação", o que deve ocorrer no fim do ano.