2022 está muito próximo, e em
breve iniciaremos as comemorações alusivas ao bicentenário da independência do
Brasil. Enquanto a data não chega, iremos voltar no tempo para saber como foram
as comemorações alusivas ao sesquicentenário da independência. Palavra
complicada né?
Para que muitos possam compreender
nosso artigo de hoje é preciso saber o que significa sesquicentenário. Trata-se
de uma medida de tempo que é um período de cento e cinquenta anos, ou seja,
corresponde a um tempo de um século mais metade de outro século. Sesqui é um
prefixo latino que significa um e meio.
Agora que sabemos o significado
da palavra, vamos aos fatos. Oficialmente, a data comemorada para independência
do Brasil é 7 de setembro de 1822, ocasião em que ocorreu o evento conhecido
como o “Grito do Ipiranga”, às margens do riacho Ipiranga na atual cidade de
São Paulo. Em 12 de outubro de 1822, o príncipe foi aclamado D. Pedro I,
Imperador do Brasil, sendo coroado e consagrado em 1º de dezembro de 1822, e o
país passou a ser conhecido como o Império do Brasil.
150 anos se passaram desde o fato
até 1972, mas os festejos teriam inicio em outubro de 1971, quando o presidente
Emílio Garrastazu Médici instituiu uma comissão nacional para programar e
coordenar as comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil que se
realizariam em 1972. Era o início dos preparativos da maior festa cívica
nacional realizada durante o regime militar. Em seguida, em janeiro de 1972,
foi criada a Comissão Executiva Central para dirigir e coordenar as
comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil (CEC) Presidida
pelo General Antônio Jorge Corrêa, a CEC integrava membros de ministérios civis
e militares, além de importantes instituições da sociedade civil. Assim, desde
janeiro de 1972 vivia-se no país sob a expectativa do início das comemorações,
mas foi em 21 de abril, aniversário de Brasília, que as festas começaram
oficialmente, para somente serem encerradas no dia 7 de setembro. A ideia era
iniciar as comemorações com os chamados “Encontros Cívicos Nacionais”, evento
que deveria acontecer em todas as cidades do país e que consistia, de acordo
com o presidente da CEC, Antônio Jorge Correia, em acontecimento único e
inédito no mundo até aquele momento.
ATO INÉDITO NO MUNDO -
ORGANIZADORES DO EVENTO -
O encerramento, no dia 7 de
setembro, foi realizado na colina do Ipiranga, em São Paulo, local onde foi
proclamada a independência em 1822 e onde ocorreria o sepultamento oficial dos
restos mortais de D. Pedro I, ao lado da Imperatriz Leopoldina, após uma
peregrinação por todo o país, desde abril daquele ano. Os Encontros Cívicos em
abril e a peregrinação dos restos mortais de D. Pedro I, seguida de seu
sepultamento no Ipiranga em setembro foram os dois acontecimentos maiores de
uma festa que teve como característica mais marcante a multiplicação, país
afora, de eventos comemorativos os mais diversos ao longo de todo o ano de
1972.
A história nos reserva inúmeros acontecimentos
durante o período das comemorações, mas um acontecimento marcou a numismática, notafilia
e a medalhística nacional, quando a Casa da Moeda e o Banco Central do Brasil
resolveram homenagear o importante acontecimento em moedas, medalhas e cédulas
do dinheiro brasileiro.
Trouxemos para você em nosso
artigo, documentos materiais históricos que aludiam o fato ocorrido em 1822 e
rememorado em 1972.
NOTAFILIA – A cédula que
comemorou o fato trazia o valor nominal de Cr$500,00 (cruzeiros), com o tema
sesquicentenário da independência do Brasil 7 de setembro de 1822 a 7 de
setembro de 1972.
500 CRUZEIROS
No Anverso: Figura
representativa da formação étnica brasileira, mostrando as diversas raças, por
ordem de precedência histórica.
No Reverso: Sequência de
cartas geográficas históricas, representando a evolução do espaço físico
territorial brasileiro, nas suas diferentes fases – descobrimento, comércio,
colonização, independência e integração.
A cédula possui dimensões de 172
x 78mm, e circulou durante o período de 15 de novembro de 1972 a 30 de junho de
1987.
*Não iremos abordar neste artigo
as diversas chancelas, estampas e variações desta cédula.
NUMISMÁTICA – A cunhagem
de moedas foi o ponto alto da comemoração durante o período, tendo sido
cunhadas moedas de 1, 20 e 300 cruzeiros.
1 CRUZEIRO
Moeda comemorativa do
Sesquicentenário da independência do Brasil, cunhada em níquel, bordo com
inscrição Sesquicentenário da independência, peso de 10,08g, espessura de 1,7mm
e diâmetro de 29,0mm, foram cunhadas 19.999.800 peças. A moeda circulou de 8 de
novembro de 1972 a 28 de fevereiro de 1986.
No Anverso: Apresenta efígies
do Imperador D. Pedro I e do Presidente Emílio Garrastazu Médice, o símbolo oficial
do Sesquicentenário (1822-1972) e a legenda Brasil em sentido vertical.
No Reverso: Dístico indicativo
do valor e mapa do Brasil representando a integração nacional.
20 CRUZEIROS
Moeda comemorativa do
Sesquicentenário da independência do Brasil, cunhada em prata (0,900), bordo
com inscrição Sesquicentenário da independência, peso de 18,04g, espessura de 2,1mm
e diâmetro de 34,1mm, foram cunhadas 502.000 peças. A moeda ficou disponível de
8 de novembro de 1972 a 1º de setembro de 1987.
No Anverso: Apresenta efígies
do Imperador D. Pedro I e do Presidente Emílio Garrastazu Médice, o símbolo oficial
do Sesquicentenário (1822-1972) e a legenda Brasil em sentido vertical.
No Reverso: Dístico indicativo
do valor e mapa do Brasil representando a integração nacional.
*Não iremos abordar neste artigo
as variações existentes para esta moeda.
300 CRUZEIROS
Moeda comemorativa do
Sesquicentenário da independência do Brasil, cunhada em ouro (0,920), bordo com
inscrição Sesquicentenário da independência, peso de 16,65g, espessura de 1,8mm
e diâmetro de 27,5mm, foram cunhadas 50.000 peças. A moeda ficou disponível de
8 de novembro de 1972 a 16 de janeiro de 1989.
No Anverso: Apresenta efígies
do Imperador D. Pedro I e do Presidente Emílio Garrastazu Médice, o símbolo oficial
do Sesquicentenário (1822-1972) e a legenda Brasil em sentido vertical.
No Reverso: Dístico indicativo
do valor e mapa do Brasil representando a integração nacional.
ESTOJOS – Existem estojos em acrílico para 20 CRUZEIRO solo, 20 CRUZEIROS em feltro forrado, 1 e 20 CRUZEIROS juntas em acrílico, 1 e 20 CRUZEIROS em couro forrado com caixa vermelha e estojo para 1, 20 e 300 CRUZEIROS em couro forrado com caixa vermelha.