O ministro da Economia, Paulo Guedes, revelou a possibilidade do país imprimir
mais dinheiro para enfrentar a crise econômica causada pelo coronavírus. A
declaração foi dada pelo Ministro de Estado da Economia durante uma audiência
pública no fim de abril, no Congresso Nacional. Na oportunidade o ministro falou
sobre o que o governo está fazendo para o combate a pandemia. O ministro ponderou
que a medida de emissão de moeda pelo Banco Central poderia ser lançada no caso
de agravamento da situação, com desemprego em massa, inflação perto de zero e
colapso na taxa de juros.
“Se você cair em uma situação de desemprego em massa, de que
inflação vai para 0% e juros colapsam existe a armadilha da liquidez
tecnicamente. O BC pode emitir moeda e pode sim comprar a dívida interna. Se a
taxa de juros for muito baixa ninguém quer comprar título longo e aí pode
monetizar a dívida sem que haja impacto inflacionário. Estamos atentos a todas
as possibilidades”, afirmou. A opção levantada por Guedes já foi
lançada como ideia por alguns economistas, como o ex-presidente do BC e
ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, hoje na secretaria da Fazenda do
governo de São Paulo e também Milton Friedman, um dos expoentes da Escola de
Chicago, e opositor da intervenção do estado na economia.
A ideia seria posta em prática em caso de caos econômico e de maneira
emergencial, como outras medidas do governo.
Ao imprimir dinheiro, o governo aumentaria gastos públicos com intuito
de fazer mais dinheiro chegar na mão das pessoas e reforçar o caixa das
empresas. Essa medida seria usada como forma de complementar políticas já
adotada, para segurar algum nível de renda e evitar a quebra das empresas.
Na prática, já há medidas nesse nível acontecendo neste momento, como
lembra o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. As ações do Banco Central
ao injetar liquidez na economia, via liberação de depósitos compulsórios dos
bancos e flexibilização das regras com o objetivo de aumentar sua capacidade de
ofertar crédito têm caráter de emissão de dinheiro, bem como o auxílio
emergencial do governo que visa pagar 600 reais a famílias de trabalhadores
informais, aumento do uso do seguro-desemprego com auxílio para quem tem
salário reduzido, entre outras ações. “Tudo isso é dinheiro que vai circular na
economia”. Segundo o último balanço da economia, mais de 1 trilhão de reais
estão circulando em medidas emergenciais para combates aos danos econômicos da
pandemia.
Fonte: Revista Veja
Adaptações: Bruno Diniz
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