SÉRIE CRUZEIRO (4ª PARTE) – Cruzeiro Novo, um padrão sem identidade.


Muitos não sabem, mas o padrão monetário Cruzeiro Novo não teve de fato uma cédula própria para chamar de sua! O padrão Cruzeiro Novo foi uma moeda tampão para a retomada do cruzeiro. O cruzeiro novo teve como única fonte de lembrança em papel moeda as cédulas carimbadas. O Brasil tem uma história monetária muito rica e infelizmente os fracassos também fazem parte dessa história. Com medidas econômicas tomadas na tentativa de conter a inflação que nos transformou em um país de rica história numismática, hoje, trago um pouco dessa história e o que se passava no Brasil na época do Cruzeiro Novo.

A decisão de estabelecer uma nova reforma monetária foi tomada em 13 de novembro de 1965, pelo decreto lei nº 1, inserindo-se assim o novo padrão monetário na política econômica do governo Castello Branco.

De acordo com os princípios gerais que norteavam o governo da época, o mesmo procurou recuperar o dinamismo da economia brasileira estimulando a abertura externa, oferecendo estimulo econômico com redução gradual da taxa de inflação para não ameaçar o ritmo da atividade produtiva. Em linhas gerais, procurava um meio de incentivar a exportação e optava pela internalização econômica, que consistia na abertura da economia ao capital estrangeiro e no alinhamento ao sistema norte-americano da Aliança para o Progresso. O plano econômico ainda visava a diminuição das disparidades regionais e setoriais. Muitas medidas foram tomadas para que o Brasil pudesse novamente crescer economicamente. As novas medidas econômicas chegaram até mesmo ao ponto de serem incorporadas à constituição de 1967. As mudanças na constituição foram sugeridas pelo então Ministro Extraordinário de Planejamento e Coordenação Econômica, Roberto Campos

Agora que sabemos a situação do Brasil durante a vigência do Cruzeiro Novo, vamos iniciar nossa jornada apresentando a “Cartilha ” infirmativa do novo padrão, esta, foi editada em 1967 pelo Banco Central do Brasil, possui 12 páginas e tem o formato 19 X 14 cm.

A CARTILHA – Foi confeccionada para explicar e tirar dúvidas da sociedade obre a conversão do novo padrão em relação a moeda antiga e os porquês da época em torno do Cruzeiro Novo. Também mostrava dicas de como não ser enganado na troca do padrão monetário, uma vez que o Cruzeiro Novo foi apenas carimbado nas cédulas com os respectivos valores.



É IMPORTANTE LEMBRAR! - O cruzeiro novo (NCr$) foi a moeda que circulou transitoriamente no Brasil no período entre 13 de fevereiro de 1967 e 14 de maio de 1970. Foi o padrão monetário criado em virtude da perda de valor do Cruzeiro, moeda que estava em vigor desde 1942 e que sofreu enorme depreciação por conta do aumento da inflação ocorrido por conta da instabilidade política e das contas públicas em descontrole. Em virtude disso, foi preparada uma reforma monetária, na qual a nova moeda recebeu o nome de Cruzeiro Novo, para se evitar que houvesse confusão de valores entre as cédulas que seriam preparadas para o novo padrão com as do padrão então existente.

Um Cruzeiro novo era o equivalente a mil cruzeiros do padrão então circulante, sendo que as cédulas remanescentes do padrão antigo foram carimbadas com valores entre 1 centavo e 10 Cruzeiros novos.

O FIM DO PADRÃO - O Cruzeiro novo não permaneceu por muito tempo e as cédulas carimbadas seriam substituídas gradualmente pelas novas cédulas que foram colocadas em circulação em 1970, com a retomada da denominação Cruzeiro. As cédulas carimbadas foram totalmente retiradas de circulação entre 1972 e 1975, quando apenas as cédulas do novo padrão passaram a ter valor legal.

ALÉM DAS CORES - Não podemos esquecer de um detalhe! As cédulas carimbadas com novo valor facial de 10 cruzeiros possuem uma variação em sua estampa. A primeira possui coloração esverdeada e é da primeira estampa (ABN), já a segunda cédula apresenta coloração avermelhada e trata-se de uma segunda estampa (TLR). Ambas apresentam os mesmos motivos. Anverso com Santos Dumont e reverso com 14 bis.

1ª CÉDULA


2ª CÉDULA



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