ERRO NA LEGENDA - 500 cruzados Villa Lobos



As descobertas no universo numismático e notafilico não param. Muito se fala sobre Réis e outras raridades, mas os colecionadores estão deixando de lado as belas e curiosas séries emitidas em outros padrões monetários. É preciso ter em mente que “nem tudo que é antigo é raro ou caro, mas nem tudo que é recente pode ser considerado comum”.

É preciso olhar para outros padrões monetários com o mesmo cuidado que se olha para peças que circularam no período colonial brasileiro. Não podemos deixar de estudar as peças que podem nos brindar com possíveis e interessantes descobertas. Muitas peças são deixadas no limbo do colecionismo. O cruzado é um exemplo desse descaso com alguns padrões monetários.


O cruzado também possui peculiaridades e raridades. Em estudo realizado com algumas peças de nosso acervo (Diniz Numismática) constatamos um "erro" que até então muitos colecionadores não perceberam com o passar dos anos, alguns catálogos sequer mencionam o erro desta cédula, fazendo com que elas sejam meras integrantes de um padrão monetário desvalorizado pelos colecionadores e por todos os catálogos do ramo.

A cédula apresenta a efígie de Heitor Villa Lobos, onde podemos observar o Maestro em posição de regência com vista de uma floresta brasileira, fonte de inspiração permanente do artista, Johann Moritz Rugendas. A cédula foi lançada em 1986, e tinha seu valor facial fixado em 500 cruzados. O importante nesta cédula é a descoberta de um erro que pode ser considerado por alguns como uma variante, por conta do erro de grafia na legenda presente na composição da cédula, onde a letra "a" aparece sem crase: "considero minhas obras como cartas que escrevi a posteridade sem esperar resposta"


Segundo o BC, somente as cédulas com as chancelas de Dílson Funaro e Fernão Bracher (Séries A0001/A02352) possuem esse erro, que foi posteriormente retificado. Uma vez corrigido, as cédulas acabaram por trazer a nova legenda com crase: "considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade sem esperar resposta".


Com isto, temos a confirmação de uma peça que merece ser estudada por todos nós. Nossos olhos devem estar atentos como colecionadores e estudiosos. Ainda temos muitas descobertas reservadas ao meio numismático e notafilico brasileiro.

Artigo Atualizado em 20 de outubro de 2020 - 19h10
Colaboraram para a nossa attualizacao: Leandro Guimaraes Ribeiro e Fabio Scalabrini 


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