Traqueia (em grego:
νόμισμα τραχύ; transl.: nómisma trachý; pl. trachea) foi um nome bizantino
tardio para moedas bizantinas de bilhão côncavas, que foram emitidas entre os
séculos XI-XIV em ligas de electro ou cobre . O termo "traqueia"
significa "áspero" ou "desigual" e aparentemente foi
aplicado para moedas côncavas com o sentido de "não planas". Por
vezes o nome traqueia fora aplicado em conjunção a outros termos, como áspro.
Para Michael F. Hendy, é equivocada a associação feita pelos numismatas da
traqueia com o termo escifato.
Áspro traqueia de Aleixo III Ângelo 1195–1203 |
Também podemos observar os histamenos traqueia, que são soldos de ouro bizantino introduzido nos anos 960. Para distinguir as duas, o histameno foi transformado de sua forma original, tornando-se mais largo e grosso, bem como côncavo (escifato) na forma. Mais tarde, geralmente abreviado para estameno (em grego: στάμενον; transl.: stámenon), foi descontinuado após 1092. Nos séculos XII-XIII, o nome estameno começou a ser aplicado para moedas traqueia de cobre ou bilhão côncavas.
Histameno de Romano IV Diógenes 1068–1071 |
ÁSPRO - Aspro (em grego: ἄσπρον; transl.: áspron; do latim asper) foi um nome bizantino tardio para moedas de prata ou de liga de prata. O termo latino asper originalmente significou "áspero", mas tinha gradualmente adquirido a conotação de "novo" e, especialmente quando referindo-se a prata, "branco", pelo período imperial. Adquiriu um sentido técnico no século XII, quando os bizantinos começaram a referir-se a traqueia de bilhão, que era emitida em um estado branqueado, como áspro.
ESCIFATO - Escifato ou scyphate é um termo
frequentemente usado na numismática para referir-se as moedas bizantinas
côncavas ou "em forma de taça" dos séculos XI-XIV. Seu uso surgiu no
século XIX, quando o termo scyphatus, atestado em documentos do sul da Itália
dos séculos XI-XII, foi erroneamente interpretado como derivando da palavra
grega skyphos (σκύφος, "copo"). Na realidade, o termo provavelmente
deriva da palavra árabe xafá (shafah), "borda, aro", e refere-se a
borda distintiva e aparente dos primeiros histamenos de ouro.
BILHÃO – Liga metálica de baixo teor de prata,
empregada na Idade Antiga e na Idade Média para cunhar moedas. Geralmente
composta de cobre e prata.
ELECTRO - Liga que ocorre naturalmente de ouro e
prata, com vestígios de cobre e outros metais. Também tem sido produzido
artificialmente e é conhecido como ouro verde.
Moeda de eletro dos primeiros anos do imperador Aleixo I Comneno 1081–1118 |
CURIOSIDADE - O cobre é um elemento
químico de símbolo Cu (do latim cuprum), número atômico 29 (29 prótons e 29
elétrons) e de massa atómica 63,54 u. À temperatura ambiente o cobre
encontra-se no estado sólido. Foi amplamente utilizado na cunhagem de moedas
brasileiras.
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