Caríssimos amigos, hoje nossa postagem tem o objetivo de informar a
comunidade numismática sobre o “novo coronavírus”. Sei que muitos estão
apreensivos como qualquer brasileiro, pois já enfrentamos muitas dificuldades
todos os dias. Informar você sobre algo tão importante e temeroso também é
nossa missão, pois queremos cada um de vocês saudáveis e desfrutando do melhor
desta vida. Com o avanço do novo coronavírus em vários continentes e o risco real
de sua chegada ao Brasil, será preciso tomar alguns cuidados. Nossa comunidade
faz reuniões com certa aglomeração de pessoas e por esse motivo o informe é tão
importante.
INFORME DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA
O que são coronavírus? - Os coronavírus (CoV) compõem uma
grande família de vírus, conhecidos desde meados da década de 1960, que
receberam esse nome devido às espículas na sua superfície, que lembram uma
coroa (do inglês crown). Podem causar desde um resfriado comum até síndromes
respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS, do inglês
Severe Acute Respiratory Syndrome) e a síndrome respiratória do Oriente Médio
(MERS, do inglês Middle East Respiratory Syndrome). Os vírus foram denominados
SARS-CoV e MERS-CoV, respectivamente.
O que é este novo coronavírus? - Trata-se de uma nova variante
do coronavírus, denominada 2019-nCoV, até então não identificada em humanos.
Até o aparecimento do 2019-nCoV, existiam apenas seis cepas conhecidas capazes
de infectar humanos, incluindo o SARS-CoV e MERS-CoV. Recomendamos
evitar os termos “nova gripe causada pelo coronavírus” porque gripe é uma
infecção respiratória causada pelo vírus influenza.
Como este novo coronavírus foi identificado? - O novo
coronavírus foi identificado em investigação epidemiológica e laboratorial,
após a notificação de casos de pneumonia de causa desconhecida entre
dezembro/2019 e janeiro/2020, diagnosticados inicialmente na cidade
chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei. Centenas de casos já foram detectados
na China. Outros casos importados foram registrados na Tailândia, Japão, Coreia
do Sul, Taiwan, Vietnã, Cingapura, Arábia Saudita e Estados Unidos da
América; todos estiveram em Wuhan.
Qual a origem do surto atual? - A origem ainda não está
elucidada. Acredita-se que a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos
do mar e animais vivos em Wuhan. Os coronavírus podem ser transmitidos
de animais para humanos? Sim. Investigações detalhadas descobriram que o
SARS-CoV foi transmitido de civetas (gatos selvagens) para humanos na
China, em 2002, e o MERS-CoV de dromedários para humanos na Arábia Saudita, em
2012. Porém, existem vários coronavírus que causam infecção animal. Na
maioria, infectam apenas uma espécie ou algumas espécies intimamente
relacionadas, como morcegos, aves, porcos, macacos, gatos, cães e
roedores, entre outros.
A transmissão do coronavírus acontece entre humanos? - Sim.
Alguns coronavírus são capazes de infectar humanos e podem ser transmitidos de
pessoa a pessoa pelo ar (secreções aéreas do paciente infectado) ou por
contato pessoal com secreções contaminadas. Porém, outros coronavírus
não são transmitidos para humanos, sem que haja uma mutação. Na maior parte
dos casos, a transmissão é limitada e se dá por contato próximo, ou seja,
qualquer pessoa que
cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde ou membro da família;
que tenha tido contato físico com o paciente; tenha permanecido no mesmo local
que o paciente doente.
Há transmissão sustentada do novo coronavírus? - Até agora, não
há evidências. Está limitada a grupos familiares e profissionais de saúde que
cuidaram de pacientes infectados. Também não há evidências de
transmissão de pessoa a pessoa fora da China, mas isso não significa que
não aconteça.
Qual é o período de incubação desta nova variante do coronavírus? -
Ainda não há uma informação exata. Presume-se que o tempo de exposição ao
vírus e o início dos sintomas seja de até duas semanas.
Quais são os sintomas de uma pessoa infectada por um coronavírus? -
Pode variar desde casos assintomáticos, casos de infecções de vias aéreas
superiores semelhante ao resfriado, até casos graves com pneumonia e
insuficiência respiratória aguda, com dificuldade respiratória. Crianças
de pouca idade, idosos e pacientes com baixa imunidade podem apresentar
manifestações mais
graves. No caso do 2019-nCov, ainda não há relato de infecção
sintomática em crianças ou adolescentes.
Como ocorre o contágio e qual é a gravidade do novo coronavírus? - Não
se sabe até o momento. Alguns vírus de transmissão aérea são altamente
contagiosos, como o sarampo, enquanto outros são menos. Ainda não está
claro com que facilidade o 2019-nCoV é transmitido
de pessoa para pessoa. Até que tenhamos esta informação mais acurada,
recomenda-se que as
precauções e isolamentos sejam adotados. Quanto à gravidade, devemos
acompanhar a evolução da epidemia. Pelos dados iniciais publicados, a
estimativa inicial é de que a letalidade seja em torno de 3% (26 mortes em 912
casos), inferior à do SARS-CoV e do MERS-CoV.
Como é feita a confirmação do diagnóstico do novo coronavírus? - Exames
laboratoriais realizados por biologia molecular identificam o material genético
do vírus em secreções respiratórias.
Existe um tratamento para o novo coronavírus? - Não há um medicamento
específico. Indica-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar
os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade com
pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo
ventilação mecânica podem ser necessários.
Como reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus?
- Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias
agudas;
- Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com
pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar;
- Usar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- Evitar tocar nas mucosas dos olhos;
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos,
copos ou garrafas;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em
fazendas ou criações.
Existe uma vacina para o novo coronavírus? - Como a doença é
nova, não há vacina até o momento.
Tomei a vacina contra a gripe. Estou protegido contra o novo coronavírus?
- Não. A vacina da gripe protege somente contra o vírus influenza.
Estão contraindicadas as viagens para a China e para os países com
casos importados? - Com base nas informações atualmente disponíveis, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda restrição de viagens ou
comércio. Devemos acompanhar as recomendações, que são dinâmicas e podem mudar
de um dia para outro.
Temos casos do novo coronavírus no Brasil? - Até o presente
momento, não há casos suspeitos ou confirmados no país.
Qual é a definição de caso suspeito? - Febre acompanhada de
sintomas respiratórios, além de atender a uma das duas seguintes situações: ter
viajado nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas para área de
transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso
suspeito ou confirmado. Febre pode não estar presente em casos de alguns
pacientes, como idosos, imunocomprometidos ou que tenham utilizado antitérmicos.
Qual é a orientação diante da detecção de um caso suspeito? - Os
casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento enquanto houver sinais e
sintomas clínicos. Paciente deve utilizar máscara cirúrgica a partir do momento
da suspeita e ser mantido preferencialmente em quarto privativo. Profissionais
da saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de
gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de
proteção). Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de
secreções respiratórias, como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de
escarro, deverá ser utilizada precaução por aerossóis, com uso de máscara profissional
PFF2 (N95). Estas são as recomendações atuais do Ministério da Saúde.
Há risco de epidemia global? - Sim, mas não há motivo para
pânico neste momento. O Comitê de Emergência da OMS declarou que é cedo para
declarar a situação como emergência em saúde pública de interesse internacional
neste momento, devido ao número limitado e localizado de casos e pelas medidas
que já estão sendo tomadas para que o surto não se espalhe.
FONTES: Ministério
da Saúde do Brasil / Organização Mundial da Saúde (OMS) / Centro de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC). *Documento elaborado pelos médicos infectologistas:
Dr. Leonardo Weissmann, Dra. Tânia do Socorro Souza Chaves, Dr. Clóvis Arns da
Cunha e Dr. Alberto Chebabo
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DICAS