Olhar para o dinheiro
antigo desperta memórias, sabendo disso, uma amiga mexendo em seus tesouros pessoais
e quase arqueológicos, depositado em um armário na casa de sua mãe, encontrou
seu antigo diário datado de 1989. Folheando as páginas, ela encontra em suas
poucas linhas escritas no mês de Janeiro daquele ano, um registro muito
interessante!
Na época ela tinha 11
anos, a mesma idade de sua filha mais velha. Em um período que não existiam
redes sociais e que não existiam mecanismos instantâneos de informações. A
pequena garota se interessava em andar de bicicleta, patins, imitar a Angélica
(na parada de sucesso "Vou de táxi"), brincar na área externa do
bloco onde morava (algo comum para as crianças que moram nas Asas Sul e Norte
de Brasília). Mas você deve estar se perguntando onde entra a numismática nessa
história? Ela chega de forma discreta e registrada nas páginas deste pequeno
diário. Um documento que nos mostra a mentalidade de uma criança frente aos
problemas de um país em crise.
Não tinha como passar
despercebido este olhar juvenil sobre uma problemática nacional que deixava o
país enlouquecido. As mudanças para o controle da inflação, algo que era
contínuo, diário, exorbitante naqueles
dias. (Para os mais jovens
era a mudança do Cruzado para o Cruzado Novo).
Lilian Tamar, este é o
nome da pequena garota que escreveu suas lembranças de um período econômico do
país em seu pequeno diário. Hoje, ela está casada e é mãe de duas lindas
princesas.
De acordo com Lilian, "ficam
agora as lembranças de uma época tão especial, independente das lamúrias e
aflições que só os adultos sabiam em 89. Hoje, 30 anos depois, sou eu do lado
de cá!"
O
CRUZADO NOVO - (NCz$)
foi a moeda brasileira que vigorou entre 16 de janeiro de 1989 a 15 de março de
1990. Foi consequência da reforma monetária promovida pelo Plano Verão,
instituído pelo ministro Maílson da Nóbrega, em 1989 durante o governo do
presidente José Sarney. O cruzado novo correspondia a mil cruzados, ou seja
houve um corte de três zeros para a utilização da nova nomenclatura.
Cédulas - Inicialmente foram
reaproveitadas as três últimas cédulas do padrão Cruzado, nas quais foi aposto
um carimbo com os valores respectivos de 1, 5 e 10 cruzados novos
respectivamente.
Depois disso, foram
emitidas cédulas próprias do padrão, com o tamanho de 140 x 65 mm, que a partir
de então viria a ser o tamanho padrão das cédulas brasileiras, se seguindo até
a emissão das cédulas do padrão Real.
As cédulas próprias do
Cruzado Novo são as seguintes:
Valor
|
Homenageado
|
Observação
|
|
50,00
|
Carlos Drummond de Andrade
|
||
100,00
|
Cecília Meireles
|
||
200,00
|
Efígie da República
|
(Comemorativa ao I Centenário da República)
|
|
500,00
|
Augusto Ruschi
|
As cédulas deste padrão
foram reaproveitadas no padrão seguinte, emitido a partir do Plano Collor e no
qual se retomava a nomenclatura Cruzeiro para a moeda em circulação no Brasil.
Moedas - Foram emitidas as
seguintes moedas no Cruzado Novo:
Valor
|
Homenageado
|
Metal
|
Observação
|
0,01
|
Boiadeiro
|
Aço inoxidável
|
|
0,05
|
Pescador
|
Aço inoxidável
|
|
0,10
|
Garimpeiro
|
Aço inoxidável
|
|
0,50
|
Rendeira
|
Aço inoxidável
|
|
1,00
|
Efígie
da República
|
Aço inoxidável
|
(Comemorativa
ao I Centenário da República - Circulação Comum)
|
200,00
|
Efígie
da República
|
Prata
|
(Comemorativa
ao I Centenário da República - Acabamento Proof em Estojo)
|
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