Muitas pessoas apostaram na quebra americana, no início da última
crise econômica mundial, grande parte dos economistas não norte americanos,
apostavam suas fichas no fim do reinado do dólar na economia global. O foco da
crise era justamente o mercado financeiro americano. Na tentativa de renovar os
ânimos da economia, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, passou
a imprimir dólares num ritmo frenético, chegando ao expressivo número de 1
trilhão por ano. Se qualquer outro pais tentasse imprimir mais dinheiro a
quebra da economia seria inevitável, mas os americanos lá do norte foram
ousados e nadaram de braçadas contra a maré.
Ao mesmo tempo em que quebrava uma das principais regras de ouro da
economia, o endividamento público aumentava a passos largos. Tudo isso parecia
reforçar uma tendência histórica sobre movimentações econômicas deste tipo. Mas
a força do Dólar americano não era mais a mesma, pois a queda da moeda já
apontava índice discretos de queda desde meados da década de 70, a força do
dólar como moeda global vinha numa lenta e preocupante queda.
FORMADORES DE OPINIÃO - Economistas
famosos, como Paul Krugman, ganhador do Nobel de Economia em 2008, e Barry
Eichengreen, professor de economia da Universidade da Califórnia, em Berkeley,
engrossaram o coro dos que acreditavam na perda de relevância do dólar.
OS DIAS FORAM PASSANDO - Passados
mais de dez anos desde o inicio da crise, dá para dizer: não foi desta vez. De
2007 a 2013, o Tesouro dos Estados Unidos emitiu 5,5 trilhões de dólares em
títulos para financiar seus déficits orçamentários. Desse total, cerca de 3,3
trilhões de dólares, ou 60%, foram comprados por investidores estrangeiros,
incluindo bancos centrais.
A participação do dólar nas reservas internacionais não só parou de
cair como subiu desde 2010. Nos últimos três anos, a fatia da moeda americana
nos mercados de câmbio subiu mais de 88%. O que, afinal, teria dado errado nas
previsões dos economistas? Por que o dólar voltou a ganhar peso justamente
quando a economia americana estava praticamente de joelhos? Você deve estar
pensando nas medidas extremistas de Donald Trump como resposta para tudo, mas a
resposta é mais simples e direta do que parece. “Não há alternativas ao dólar.”
A frase parece pesada, mas infelizmente carrega todas as verdades financeiras
de um passado não muito recente, de um presente dependente e de um futuro
promissor para o dólar americano.
O QUE TORNA O DÓLAR TÃO
INTERESSANTE PARA OS MERCADOS? Ao escolher um título público em moeda
estrangeira para compor suas reservas internacionais, os bancos centrais
analisam o tamanho da economia do país que emite aquela moeda, seus fundamentos
macroeconômicos, a flexibilidade do câmbio, se o sistema financeiro é aberto e se
as instituições são fortes. Ao menos até 11 de junho de 2019, nenhum país
conseguiu manter um sistema que concorra com o americano em todos esses
quesitos. Quando o euro foi lançado parecia ter surgido uma moeda forte para rivalizar
com o dólar. Nos primeiros sete anos, sua participação como moeda de reserva
subiu de 24% para 28%, mas desde 2008 este número vem caindo e o bloco vem
perdendo parte da credibilidade por estar na raiz da crise que abalou a Europa
e que ainda levanta desconfianças do mercado internacional.
Desde então, sua fatia no total das reservas globais voltou para o patamar
inicial, de 24%.
O LEVANTE ECONÔMICO CHINÊS -
O iuane corria por fora e foi cogitado por muitos economistas como outro candidato
que poderia destronar o dólar. A China tem a segunda maior economia do mundo, e
já é o país com o maior volume de comércio (a soma das exportações e das
importações) e tem um governo que trabalha peado para aumentar a importância global
de sua moeda.
Os chineses têm encorajado o uso do iuane como meio de troca em
transações comerciais e estimulado os bancos centrais de vários países a manter
a moeda chinesa em suas reservas. Os resultados, porém, têm sido modestos e
infelizmente não passou de mais uma intenção do que de fato uma ameaça ao dólar.
No ranking das dez moedas mais usadas internacionalmente, o iuane ocupa as
últimas colocações. A moeda chinesa tem ficado atrás do poderoso dólar, da
eterna promessa do euro, pesada libra, do iene, franco suíço, dólar canadense e
dólar australiano. No Brasil, o iuane sequer consta em relatórios oficiais do
Banco Central sobre composição de reservas. Só podemos afirmar que como a moeda
chinesa ainda é cheia de limitações e o euro vive em crise, o dólar ainda terá
reinado forte diante da economia global.
Para os Estados Unidos, essa situação é cômoda. Mesmo enfrentando uma crise
recente e tendo que imprimir dinheiro à vontade e se endividando cada vez mais.
Não faltou demanda por seus papéis.
O mundo está preso ao dólar! Uma dura e categórica afirmação. Mesmo
com os títulos da dívida americana oferecendo taxas de juro baixíssimas, bancos
centrais de todos os continentes não têm pensado duas vezes antes de comprá-los
para tentar se proteger de eventuais instabilidades globais. O preço da segurança
financeiro é alto, mas, não há outro lugar para onde correr.
Veja nas Américas como é a relação da moeda local frente ao dólar
americano:
Cotação: 11 de junho de 2019 |
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