CÉDULAS DE REPOSIÇÃO – O símbolo da preocupação



Ao longo da história monetária nacional o dinheiro de papel tem exercido a importante função de garantir a continuidade do meio circulante. Muitas vezes é preciso imprimir mais dinheiro para que a roda monetária não pare de girar. Quando a economia cresce, o governo estuda a necessidade de imprimir mais papel-moeda e injetá-lo ao meio circulante em hora oportuna. Essa emissão, contudo, costuma ser feita com extrema cautela pelo Governo, mas se houver precipitação e o mesmo não souber como conduzir a injeção de papel-moeda na economia, a circulação excessiva e descontrolada de dinheiro impresso, nos colocará diante de um fantasma do passado, a inflação.

Com a inflação estourada, fatalmente a economia entrará em colapso e poderá nos colocar diante da necessidade de uma reforma monetária, culminando no surgimento de um novo padrão monetário.  

Além da questão econômica que abordamos, as cédulas que por algum motivo foram danificadas também precisam ser substituídas, estimasse que 80% da produção de novas cédulas servem para repor as que não estão em condições de uso, e somente 20% servem para ser injetadas em uma economia em crescimento.

SUSPEITAS - As cédulas de reposição nem sempre possuíram uma identificação pública, própria e precisa em sua impressão. Após realizar algumas pesquisas, suspeitamos que os cruzeiros emitidos pela “Thomas de La Rue Company Limited London”, a partir de 1948, podem ter sido uma forma controversa do Governo de repor o papel-moeda no meio circulante, visto que as cédulas emitidas pela American Bank Note Company e as emitidas pela Thomas De La Rue Limited London, circularam juntas no Brasil por algum tempo, sinalizando um forte indicio de descontrole da economia.



O ASTERISCO - Oficialmente, o padrão cruzeiro de 1970 foi o primeiro a lançar uma marca especifica para cédulas de reposição, “o asterisco” (*), disposto junto ao numero de série da cédula. 

Curiosamente, este mesmo cruzeiro, seria o padrão monetário que mais cédulas de reposição injetaria no meio circulante.


AO LONGO DO TEMPO - Outros padrões monetários também fizeram uso das cédulas de reposição reconhecidas por meio do caractere “asterisco” (*). Infelizmente a história monetária nacional é repleta de equívocos, e não sabemos se a real intenção era somente "repor" as cédulas danificadas. Na realidade, convivemos com vícios de uma politica econômica aparelhada para preservar a imagem de uma determinada figura política ao invés de se preservar a economia nacional. Muitos governantes na história do Brasil preferiram imprimir mais dinheiro ao invés de executar medidas de combate à inflação. Tudo em nome da ganancia.





REPOSIÇÕES NO REAL - O padrão Real, que circula atualmente no Brasil, também emitiu notas de reposição. As cédulas de 5 e 10 reais de 1994.



A SEGUNDA FAMÍLIA DO REAL – A cédula de 2 reais produzida na Suécia (CRANE AB) pode ser considerada uma cédula de reposição, pois possui uma série própria de 100 milhões de cédulas impressas.


PARA REFLETIR - Na realidade, todos os Governos encobrem traços de crise adicionando uma altíssima quantidade de dinheiro ao meio circulante, muitas vezes, sob o pretexto de repor cédulas danificadas.

Quer saber mais sobre o tema?, confira esse outro post: DINHEIRO PARA CEGOS – Os padrões monetários e a comunidade cega brasileira.

Créditos:
- As imagens desta postagem são parte do acervo Diniz Numismática
- As imagens das cédulas de 5 e 10 reais pertencem ao site JC-Leiloeiro
- Texto e pesquisa, Bruno Diniz
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