100 CRUZEIROS 1970 – Série Cédulas fabricadas fora do Brasil de 1970 a 2019 (1ª Parte)



Um de nossos leitores sugeriu uma postagem sobre as cédulas do dinheiro brasileiro que foram fabricadas em outros países. Na história monetária nacional, nosso dinheiro de papel por muitas vezes não foi impresso no Brasil, ficando a fabricação de cédulas por conta de grandes empresas do ramo como a American Bank Note Company e a Thomas de La Rue & Company Limited, uma gigante americana e outra inglesa. Entre idas e vindas foram muitas as oportunidades e padrões monetários de nosso país impressos por elas e por outras.

Temos como base temporal para nossa série de postagens, o padrão CRUZEIRO, lançado em 1970. Para que você não confunda nossa base temporal, os CRUZEIROS que citaremos nesta primeira postagem é o CRUZEIRO reformado pelo Governo Militar, lançado em 15 de maio de 1970, pois a nomenclatura do padrão anterior seria mantida, assim como sua equivalência.

A partir dos anos 70 a Casa da Moeda do Brasil já dominava boas técnicas na confecção de elementos de segurança adequados ao dinheiro brasileiro que seria fabricado e disponibilizado ao meio circulante. A cédula de 5 CRUZEIROS, mais conhecida como “cédula do índio”, lançada e circulada entre 1961 e 1962, já demonstrava o empenho brasileiro em fabricar 100% o próprio dinheiro. Mas seria na década de 70 que as coisas de fato iriam mudar em nosso país, mais precisamente na Casa da Moeda do Brasil, pois somente alguns elementos ainda ficavam a cargo de empresas estrangeiras (Confecção da matriz para gravação e algumas gravuras Manuais), de resto a CMB já dominava a fabricação com perfeição.

Tendo em vista este domínio de técnicas e independência da CMB, nossa postagem focará em algumas cédulas e em períodos que de forma extraordinária a fabricação de cédulas brasileiras não puderam ser totalmente confeccionada em nosso país. Desta forma, iniciamos nossa jornada com a cédula de 100 CRUZEIROS de 1970.

Em 1966 após concurso que determinaria o projeto vencedor para a nova família do padrão CRUZEIRO, onde foi eleito o projeto do artista indicado pelo Banco Central do Brasil, Aloísio Magalhães, todo o processo de gravação das matrizes era iniciado em Milão, na Itália, pela De La Rue Giore S.A., mas foi em março de 1967 que a empresa inglesa, Thomas de La Rue & Company Limited, iniciaria sua participação na fabricação da cédula de 100 CRUZEIROS.

A cédula possuía o valor facial de 100 CRUZEIROS e em seu anverso, a efígie do Marechal Floriano Peixoto (1839 – 1985), em seu reverso, vista do Congresso Nacional, em Brasília – DF,  obra projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projetos gráficos de Aloísio Magalhães, as gravuras manuais ficaram por conta da De La Rue Giore S.A., a cor predominante seria a Magenta e suas dimensões de 167 x 78mm.


A parte mais interessante desta postagem é certamente a fabricação. Os catálogos notafilicos não citam em suas páginas, onde ou quem fabricou a cédula de 100 CRUZEIROS de 1970. Os catálogos somente precificam a peça de acordo com o ano, série, chancelas e estado de conservação.

De forma equivocada os catálogos creditam a fabricação da primeira série dos 100 CRUZEIROS, lançada em 15 de maio de 1970, a CMB, onde na verdade teria que constar em catálogo uma variação (informação) quanto ao fabricante verdadeiro da série normal iniciada em 00001 a 00500 e das séries de reposição iniciadas em 00001* a 00022*, originalmente fabricadas pela Thomas de La Rue & Company Limited.

100 CRUZEIROS PRIMEIRA SÉRIE

REFERENCIA DO BANCO CENTRAL: 14-AA1a
SÉRIES NORMAIS: 00001 a 00500
SÉRIES DE REPOSIÇÃO: 00001* a 00022*
CHANCELAS: Antônio Delfim Netto, Presidente do Conselho Monetário Nacional e Ernane Galvêas, Presidente do Banco Central do Brasil.
FABRICAÇÃO: Thomas de La Rue & Company Limited
AS DEMAIS SÉRIES: Fabricadas pela Casa da Moeda do Brasil

Créditos:

- Esta postagem foi escrita com base em documentos oficiais do Banco central do Brasil, votos e sessões deliberativas da instituição. Pesquisas foram realizadas em catálogos do ramo e fontes do Governo Federal. Pesquisa realizada pelo Historiador Bruno Diniz (B.CELESTINO).

- A imagem que ilustra a postagem pertence ao acervo Diniz Numismática

- Não possuímos em nosso acervo uma cédula primeira série, por este motivo, a imagem que Utilizada ao longo da postagem é oriunda da web.

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