Morador na zona rural de
Cuiabá-MT, Moacir da Silva Ayres, de 56 anos, vive do que planta e colhe no
assentamento onde reside. Mas este brasileiro não virou notícia por sua
ocupação, mas sim, por conta de um presente que ganhou do pai, quando tinha
apenas 11 anos. Ele ganhou duas moedas antigas, uma de 200 e outra de 400 réis.
A partir daí, não parou mais. Juntando algo em torno de 780 moedas em seu
pequeno acervo particular.
Os anos passaram e Moacir
guardou com muito cuidado sua coleção, mas ao assistir as notícias sobre a
tragédia ocorrida no Museu Nacional, foi surpreendido com uma notícia de que o fogo
consumiu 200 anos de história e um acervo catalogado de mais de 20 milhões de
peças. Para o agricultor, doar sua coleção seria um importante passo para a
reconstrução e recomposição do acervo do Museu Nacional.
Representantes do Museu
estiveram em Cuiabá para buscar a coleção de moedas de Moacir que chorando de
emoção, entregou sua pequena coleção oficialmente ao Museu Nacional.
“Estou doando de coração,
não tem dinheiro que pague, mas milhões de brasileiros vão ver estas moedas no
Museu. Inclusive, eu quero pedir de coração, se Deus me der saúde quando
reinaugurar o Museu quero ir lá vê-las no mostruário”.
Pude acompanhar alguns
comentários e postagens de péssimo gosto disparadas por alguns "numismatas" em diversas redes sociais, criticando
as moedas que foram doadas por este nobre brasileiro. Na verdade, ele pode não
possuir dentre suas 780 moedas, uma peça da coroação, soldos, patacões
recunhados sobre sol argentino ou mesmo uma 500 réis casaquinha, mas possui um
raro coração! Seu gesto não fica marcado pela raridade do acervo possui, mas
pelo humilde gesto e confiança no ressurgimento de um dos museus mais
importantes do mundo. Quem dera ter no Brasil uma coleção de corações tão raros
quanto o coração do Moacir.
Foto: TVCA/Reprodução
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