Quando falamos sobre
influência da cultura e línguas indígenas no português e na cultura brasileira,
temos que adicionar o meio numismático e notafilico ao leque representativo
desta rica cultura. Não quero dizer que moedas e cédulas façam parte da cultura
indígena do país, mas em seus cunhos e estampas, os povos indígenas foram
diversas vezes representados. Não devemos pensar nos nativos brasileiros como
personagens a parte, que somente deram sua contribuição à nossa cultura e
depois desapareceram. Pelo contrário, precisamos considerá-los como parte de
nós e importantes agentes da história deste país. Devemos perceber que não há
uma divisão entre eles e nós, mas uma presença viva da cultura indígena em nosso
dia a dia de uma maneira tão sutil, que muitas vezes nem percebemos.
Antes de lhes apresentar
as moedas e cédulas que justamente aludiram aos povos indígenas na numária
nacional e para facilitar o entendimento e o contexto deste artigo, trago
algumas palavras que são usadas no Brasil. Estas palavras mostram como somos
culturalmente ligados ao meio indígena.
Quero iniciar uma raiz
bastante conhecida por todos e que possui três formas de ser chamada conforme a
região do país: mandioca, aipim e macaxeira. Todos esses nomes derivam do tupi,
uma língua indígena amplamente falada no Brasil. A partir dessa raíz, um prato
famoso surge, a tapioca (tïpïoka), também conhecida como beiju (me’iu), ambas
palavras de origem tupi.
Temos também nomes de
plantas e animais: maracujá, açaí, caju, araçá, tatu, jaguar, ariranha, paca,
arara, buriti, cipó, bem como os nomes de lugares de norte a sul: Pará,
Curitiba, Paraná, Sorocaba, Pernambuco, Manaus, Copacabana, Iguaçu, Anhangabaú,
Tatuapé e muitos outros nomes.
O mais interessante é que
não apenas substantivos foram formados por influência indígena, mas também
adjetivos, como é o caso de jururu (triste) e também verbos como sapecar
(sapék), que em português significa queimar algo, chamuscar e em tupi tem o
mesmo sentido. Dessa palavra originou-se também “sapeca”, uma criança animada e
bagunceira.
Essas foram apenas algumas
poucas palavras que dão uma breve noção de como o Brasil é fortemente ligado a
cultura indígena. É incrível como a numismática e a notafilia foram ao longo do
tempo homenageando essa rica cultura até mesmo no padrão Real. Isso mesmo! Em
nossas moedas de R$ 1,00 Real, os motivos Marajoaras são percebidos em meio as
demais alegorias da moeda.
Em quais moedas brasileiras podemos encontrar motivos indígenas?
100 Réis 1932 - Nas moedas de 100 Réis datadas de 1932 e parte da famosa "série vicentina" podemos observar em seu anverso o busto do cacique
Tibiriçá. No campo, em sete linhas interrompidas pela figura, IV centenário da
Colonização do Brasil, 1532-1932. Abaixo da data 1532 a sigla LC do gravador
Leopoldo Alves Campos.
No reverso, ao alto, uma panóplia
indígena. Por baixo, o valor 100 RÉIS em duas linhas. A esquerda da haste da
lança a sigla WT do gravador Walter Rodrigues Toledo.
Moedas de Um Real a partir de 1998 - Nas moedas de R$1,00 Real a partir do ano de 1998 foram cunhados grafismos marajoaras na composição das alegorias da moeda. Os grafismos permanecem até hoje.
No anverso, temos a Efígie da República à
direita do núcleo prateado e transpassando para o anel dourado, constituindo
elemento de segurança da moeda. No anel dourado, referência às raízes étnicas
brasileiras, representada pelo grafismo encontrado em cerâmicas indígenas de
origem marajoara, e a legenda Brasil.
No reverso, anel dourado e o grafismo
indígena marajoara. No núcleo prateado, esfera sobreposta por uma faixa de
júbilo, que, com a constelação do Cruzeiro do Sul, faz alusão ao Pavilhão
Nacional, e os dísticos correspondentes ao valor facial e ao ano de cunhagem.
A temática indígena também pode ser encontrada em notas do dinheiro brasileiro.
NOS RÉIS DO IMPÉRIO - As cédulas de 100$000, 50$000 e 20$000 Mil Réis pertencem ao período imperial brasileiro e foram emitidas pelo Tesouro Nacional. Algumas não trazem a estampa impressa e são numeradas à mão. Trata-se de cédulas unifaciais com alegorias alusivas a descoberta do Brasil. Podemos notar um casal indígena representado na alegoria.
NOS RÉIS DO IMPÉRIO - As cédulas de 100$000, 50$000 e 20$000 Mil Réis pertencem ao período imperial brasileiro e foram emitidas pelo Tesouro Nacional. Algumas não trazem a estampa impressa e são numeradas à mão. Trata-se de cédulas unifaciais com alegorias alusivas a descoberta do Brasil. Podemos notar um casal indígena representado na alegoria.
NOS CRUZEIROS - Considerado um tesouro icônico brasileiro, o quadro Primeira
Missa no Brasil (1858-1860), de Victor Meirelles é utilizado como alegoria estampada nas cédulas de 1.000 mil do padrão monetário dos Cruzeiros. A alegoria mostra o ato da missa e indígenas em curiosidade observando a cerimônia.
Ainda nos Cruzeiros, uma nota que ficou conhecida como "cédula do índio" foi a primeira produção totalmente nacional concebida pela Casa da Moeda do Brasil. Todos os itens de segurança e todas as imagens são projetos nacionais. A cédula do índio apresenta a alegoria do busto indígena em destaque.
Continuamos no padrão que mais prestou homenagens aos povos indígenas do Brasil. O Cruzeiro, em 1972, emitiria a cédula que ficaria conhecida como "raças" ou "etnias". Esta cédula com valor facial de 500 Cruzeiros foi proposta com o objetivo de nos mostrar a evolução da raça brasileira desde o seu inicio com os povos indígenas. Trata-se de uma cédula comemorativa aos 150 anos da independência do Brasil (Sesquicentenário).
Para fechar o padrão Cruzeiro, uma última homenagem aos povos indígenas foi a cédula de 1.000 Cruzeiros Marechal Rondon. Este grande sertanista que desbravou o Brasil teve contato com inúmeras tribos em sua jornada. Nesta cédula temos dois índios Carajás e sua cultura de culinária, cestaria e moradia em destaque.
TAMBÉM FORAM LEMBRADOS NAS CÉDULAS DO REAL - Em 2000 eram lançadas as primeiras e únicas cédulas em polímero do Brasil. Elas não foram bem aceitas pelo meio circulante e sua rejeição acarretou em seu recolhimento em 2006. As cédulas eram comemorativas aos 500 anos do Descobrimento do Brasil e foi a única cédula do padrão real que utilizou alguma figura indígena em suas alegorias.
Continuamos no padrão que mais prestou homenagens aos povos indígenas do Brasil. O Cruzeiro, em 1972, emitiria a cédula que ficaria conhecida como "raças" ou "etnias". Esta cédula com valor facial de 500 Cruzeiros foi proposta com o objetivo de nos mostrar a evolução da raça brasileira desde o seu inicio com os povos indígenas. Trata-se de uma cédula comemorativa aos 150 anos da independência do Brasil (Sesquicentenário).
Para fechar o padrão Cruzeiro, uma última homenagem aos povos indígenas foi a cédula de 1.000 Cruzeiros Marechal Rondon. Este grande sertanista que desbravou o Brasil teve contato com inúmeras tribos em sua jornada. Nesta cédula temos dois índios Carajás e sua cultura de culinária, cestaria e moradia em destaque.
TAMBÉM FORAM LEMBRADOS NAS CÉDULAS DO REAL - Em 2000 eram lançadas as primeiras e únicas cédulas em polímero do Brasil. Elas não foram bem aceitas pelo meio circulante e sua rejeição acarretou em seu recolhimento em 2006. As cédulas eram comemorativas aos 500 anos do Descobrimento do Brasil e foi a única cédula do padrão real que utilizou alguma figura indígena em suas alegorias.
Fontes: Dicionário
Etimológico da Língua Portuguesa – Antônio Geraldo da Cunha / Dicionário Tupi
Guarani – www.dicionariotupiguarani.com.br / Pesquisa - Bruno Diniz
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