Todas as quintas-feiras
traremos aos leitores um personagem ilustre da história do Brasil homenageado
na série de moedas “ilustres” circuladas de 1935-1938 em uma série com duas
emissões. Na primeira emissão temos a presença do Regente Feijó, Padre Anchieta
e fechamos com Duque de Caxias. Ao terminarmos as postagens referentes a
primeira emissão, a segunda emissão virá logo depois. Com esta série de
postagens temos a pretensão de trazer aos leitores um pouco mais da memória
nacional vinculada diretamente ao meio numismático, mostrando que as moedas são
uma grande fonte de cultura.
Nosso ilustre de hoje
atende pelo nome de Diogo Antônio Feijó foi um estadista, Regente Imperial e
padre brasileiro. Foi Deputado Geral por São Paulo, Senador e Ministro da
Justiça. Nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Filho de mãe
solteira foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó. Passou a infância
entre as cidades de Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre João
Gonçalves Lima, um parente próximo, se encarrega de prepará-lo para o
sacerdócio.
Com vinte anos afasta-se
da família, vai morar em São Carlos, onde dava aulas de História, Geografia e
Francês. Continuou seus estudos da Filosofia e em 1808 ordena-se padre,
passando a exercer o sacerdócio. Muito estudioso e familiarizado com as teorias
liberais e com a filosofia, a vida na província não lhe permitia progredir nos
estudos. Nesse mesmo ano resolve abandonar tudo e vai morar em Itu, uma das
sedes da comarca, e com movimentado ambiente político. Feijó logo abre um curso
de filosofia racional e moral, que o tornou um dos introdutores do pensamento
de Immanuel Kant no Brasil.
Em 1820, com a Revolução
Liberal do Porto, pretendiam os revolucionários portugueses, entre outras
reivindicações, estabelecer uma constituição para o país, que depois da vinda
da família real para o Brasil, se encontrava em grave crise econômica. No dia 7
de março de 1821, D. João VI determina que as províncias brasileiras elejam
seus deputados para a Assembleia Constituinte que se reuniria em Lisboa para
redigir a nova Carta. No dia 26 de abril de 1821, D. João parte para Lisboa,
atribuindo a D. Pedro a regência do Brasil.
Diogo Antônio Feijó é
eleito deputado por São Paulo, no dia 19 de maio de 1821, seguindo para Lisboa
em fevereiro de 1822. Feijó encontrou um ambiente hostil. Para os portugueses a
função dos brasileiros era apenas assinar a Constituição. Depois de três meses
de sessões na Corte de Lisboa, Diogo Feijó pede a palavra e os portugueses
estarrecidos ouviram o padre falar em independência das províncias brasileiras
e depois abandonar o recinto. Em consequência do movimento de agitação contra
os brasileiros separatistas, Feijó viu-se obrigado a fugir para a Inglaterra.
No dia 21 de dezembro,
depois da proclamação da Independência, Feijó desembarca em Pernambuco,
seguindo depois para Itu. Foi Ministro da justiça, em 1831, no gabinete formado
pela Regência Permanente, tomando parte ativa na política. Destaca-se dentre as
iniciativas de Feijó: a proteção que dispensou à colonização que deveria
substituir o trabalho escravo, a regulamentação do ensino primário e a
reorganização do serviço alfandegário.
Diogo Feijó desejava que
José Bonifácio fosse destituído da tutoria dos príncipes. Foi presidente do
Senado em 1833, pelo Rio de Janeiro. Em 1835, foi eleito regente uno, assumindo
a chefia do Poder Executivo, tendo que enfrentar uma forte oposição política a
algumas revoltas que agitaram o Brasil. Não conseguiu encontrar solução para os
problemas nacionais. A Câmara negou fundos para debelar as rebeliões. Os
atritos entre a Câmara e o Executivo passaram a ser constantes. Em 1837,
incapacitado de vencer a oposição, Feijó renúncia.
Durante os levantes
liberais de 1842, Feijó assumiu a liderança em Sorocaba. Foi preso, levado para
Santos, depois para o Espírito Santo. Defendeu-se da acusação em 15 de maio de
1843, conseguindo ser absolvido. Considera-se Feijó um dos fundadores do
Partido Liberal. Teve grande importância na política imperial, tanto por seus
atos, como por sua influência, ocupando um lugar de destaque na História do
Brasil. Suas obras: Demonstração da Abolição do Celibato, Preliminares da
Filosofia e outras.
Diogo Antônio Feijó
morreu em São Paulo, no dia 10 de novembro de 1843.
A
MOEDA
ANVERSO - O busto do
Regente do Império Diogo António Feijó circundado pela inscrição REGENTE FEIJÓ.
Regente do Brasil de 1835 a 1837. Sigla do gravador Calmon Barreto.
REVERSO - No centro, uma
coluna coríntia encimada pela inscrição circular BRASIL entre dois filetes. À
esquerda do campo, o valor 500 e, à direita, a palavra RÉIS em posição
horizontal. No exergo, a data. Sigla do gravador Walter Toledo.
PERÍODO POLÍTICO - República,
Era Vargas (1930-1945) Período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15
anos ininterruptos. Caracterizado pelas inúmeras alterações que Vargas fez no
país, tanto sociais quanto econômicas.
OUTROS DETALHES - Material:
Bronze alumínio, Diâmetro: 22,5 mm, Peso: 4,00 g, Espessura: 1,50 mm, Bordo: Serrilhado.
Fontes Consultadas:
Imagens, Coleção Eduardo Rezende – Site, Moedas do Brasil – Texto original, Dilva
Frazão – Pesquisa e verificação de fontes, Bruno Diniz
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