Todas as quintas-feiras
traremos aos leitores um personagem ilustre da história do Brasil homenageado
na série de moedas “ilustres” circuladas de 1935-1938 em uma série com duas
emissões. Na primeira postagem conhecemos um pouco da história do Regente
Feijó, mas agora chegou a hora de conhecer o ilustre Padre Anchieta. Devo
lembrar nossos leitores que ao terminarmos as postagens referentes a primeira
emissão, a segunda emissão virá logo depois. Com esta série de postagens temos
a pretensão de trazer aos leitores um pouco mais da memória nacional vinculada
diretamente ao meio numismático, mostrando que as moedas são uma grande fonte
de cultura.
José de Anchieta foi um
padre jesuíta espanhol. Nasceu em San Cristóbal de La Laguna, em Tenerife, nas
ilhas Canárias, pertencente à Espanha, no dia 19 de março de 1534. Filho de
João Lopez de Anchieta, fidalgo basco, e Mência Dias de Clavijo y Lerena,
descendente dos conquistadores de Tenerife. Aprendeu as primeiras letras em
casa, ingressou na escola dos dominicanos. Aos 14 anos, em companhia de seu
irmão mais velho vai para Coimbra. Ingressa no Real Colégio das Artes, onde
estuda humanidades e filosofia.
Em 1550, Anchieta
candidata-se ao Colégio da Companhia de Jesus, em Coimbra, e em 1551 é recebido
como noviço. Em 1553 é escolhido para as missões em terras brasileiras. Com um
grupo de religiosos, integra a frota de Duarte da Costa, segundo
Governador-Geral do Brasil, enfrentando 65 dias de viagem, chefiados pelo Padre
Luís de Grã.
Ao descer na Capitania de
São Vicente, Anchieta teve seu primeiro contato com os índios. A ação dos
jesuítas na catequese dos índios se estendia de São Vicente até os campos de
Piratininga. José de Anchieta, junto com outros religiosos, com o objetivo de
catequizar os índios carijós, sobe a Serra do Mar, rumo ao Planalto, onde se
instala e funda o Colégio Jesuíta.
No dia 24 de janeiro de
1554, dia da conversão do Apóstolo São Paulo, celebra uma missa, em homenagem
ao Santo. Era o início da fundação da cidade de São Paulo. Logo se formou um
pequeno povoado. José de Anchieta aprendeu a língua tupi, o que mais tarde lhe
permitiu escrever a Gramática tupi, que seria usada em todas as missões dos
jesuítas.
José de Anchieta
participou da luta para expulsão dos franceses, que em 1555, haviam invadido o
Rio de Janeiro e conquistado os índios tamoios. Em abril de 1563 parte de São
Vicente com a missão de paz junto aos tamoios. Na longa missão que durou sete
meses a paz havia sido restaurada. Depois de várias lutas, finalmente os
franceses foram expulsos no dia 18 de janeiro de 1567.
Em 1577, com 43 anos e 24
passados no Brasil, Anchieta é designado provincial, o mais alto cargo da
Companhia de Jesus no Brasil. Com a função de administrar os Colégios Jesuítas
do país, viaja para várias cidades, entre elas, Olinda, Reritiba (hoje
Anchieta) no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santos e São Paulo. Foram 10 anos
de visitas.
Em 1597, o padre José de
Anchieta, já doente vai para Reritiba, aldeia que fundou no Espírito Santo,
onde passa seus últimos dias, falecendo no dia 9 de junho de 1597.
A
MOEDA
ANVERSO - Efígie do Padre
José de Anchieta, de perfil, onde se ostenta a inscrição vertical ANCHIETA.
Missionário e fundador de São Paulo. Sigla do gravador Calmon Barreto.
REVERSO - No centro, um
livro aberto e o valor 1000 réis em semicírculo. Sob o valor, a data. No
exergo, a palavra BRASIL. Sigla do gravador Walter Toledo.
PERÍODO POLÍTICO - República,
Era Vargas (1930-1945) Período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15
anos ininterruptos. Caracterizado pelas inúmeras alterações que Vargas fez no
país, tanto sociais quanto econômicas.
OUTROS DETALHES - Material:
Bronze alumínio, Diâmetro: 26,7 mm, Peso: 8,00 g, Espessura: 2,10 mm, Bordo: Serrilhado.
Fontes Consultadas:
Imagens, Coleção Eduardo Rezende – Site, Moedas do Brasil – Texto original, Dilva
Frazão – Pesquisa, verificação de fontes e complementos Bruno Diniz.
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