A série de moedas
vicentina de 1932, cunhada em comemoração
aos 400 anos da fundação da Vila de São Vicente, a atual cidade de São Vicente,
estado de São Paulo. Revela em suas moedas várias personagens que ao longo dos séculos
contribuíram de alguma forma na construção da história do Brasil. Alguns
atolados em controvérsias e outros nem tanto. A moeda de 2000 mil réis de 1932
nos oferece um panorama sobre D. João III, um monarca que foi rei de
Portugal por mais de 30 anos (1521 - 1557). Um homem de inquestionável bondade,
historiadores descrevem ainda que ele era propositadamente lento em suas tomadas
de decisões, sem pressa e muito cauteloso no tocante as mudanças mais
profundas.
Sua dissimulação no
relacionamento com os súditos e também com outras nações, fizeram deste monarca
um homem altamente escorregadio e de altíssima articulação política. Ele era
persistente, e muitas vezes obstinado em seus objetivos, mas nada era capaz de tirá-lo
do seu eixo de prudência e cautela.
Em uma sociedade global onde
o deslumbre pelo luxo e a ostentação eram marcas registradas de muitos reinos
em diversos países, D. João III seguia na contramão de outros governantes, pois
era plenamente consciente de sua função de rei. Seu zelo pelo reino e sua autoridade
eram marcantes e contrastavam com sua extrema piedade, retratada por muitos
historiadores como algo fora dos padrões da época. D. João III foi um homem
capaz de se divertir, mesmo com tamanha responsabilidade em seus ombros e seu
senso de humor era algo admirável. Outra característica que contrastava com sua
infelicidade vivida em sua vida privada.
Quando falamos em
infelicidade, colocamos diante de vocês as duras perdas sofridas por ele. D.
João viu morrer seus dez filhos, também teve que enfrentar a perda de seis dos
oito irmãos com quem conviveu. No entanto, um dos seus filhos, o príncipe D.
João, viveu tempo suficiente para se casar e dar à luz um filho, o príncipe D. João
veio a falecer quando a sua esposa estava prestes a dar à luz ao menino e
herdeiro D. Sebastião, que nasceu em janeiro de 1554. A vida foi demasiadamente
dura para essa emblemática figura, mas as coisas ainda iriam piorar.
Como governante coube ao
rei D.João III, gerir várias crises de altíssima relevância em sua época. Ele
viveu algumas crises em sua gestão:
- Crise financeira
- A ameaça protestante
- O perigo turco
- A forte concorrência
francesa e inglesa no império
- As crises no estado da
Índia
Muitas outras crises
foram vividas por D. João III em seu reinado. A forma como agiu em todas elas
aqui relatadas ou não, sempre tiveram como base um grande espírito de sensatez
e de realismo que, entre outras coisas, se traduziu na aposta certeira no Brasil,
que mais tarde se tornaria o elemento fundamental do império português. O
Brasil foi desenvolvido inicialmente pela ótica de D.João III, que soube
perceber o papel que o rico território teria nos dois séculos e meio que
estariam por vir.
Portugal teve outros
líderes tão capacitados quanto D. João III. É o caso de D. João II. Dono de uma
extraordinária e inigualável visão política e geo-estratégica. Mas D. João III
não pode ser esquecido em nossa história, pois ele é o verdadeiro 'fundador' do
Brasil."
Lembram-se do neto de D. João
III? Assim, que o monarca faleceu, em 1557, o seu sucessor ao trono de Portugal
veio a ser o seu neto D. Sebastião, com apenas três anos de idade.
A
MOEDA
ANVERSO - Busto de D. João III, Rei de Portugal. No
campo, em sete linhas interrompidas pela efígie, IV centenário da Colonização
do Brasil, 1532-1932. A sigla em baixo da data 1932 é do gravador Leopoldo
Campos.
REVERSO - Escudo real de D. João III. Em orla, ao alto,
2000 réis. No exergo, em caracteres góticos, REI DPORTUGALL. A direita da
palavra Portugal a sigla BA do gravador Arlindo Bastos.
COMEMORATIVA
Ela faz parte da série chamada de vicentina. Nome dado por terem sido
lançadas em 1932 durante comemoração dos 400 anos da fundação da Vila de São
Vicente, a atual cidade de São Vicente, estado de São Paulo.
PADRÃO MONETÁRIO
Ela pertence ao padrão MIL-RÉIS
que vigorou de 08/10/1833 a 31/10/1942. O MIL-RÉIS foi oficializado em 08/10/1833,
através da Lei n° 59 assinada no 2° Império, pela Regência Trina durante a
menoridade de D.Pedro II. Mil-réis passou a designar a unidade monetária e réis
os valores divisionários.
PERIODO
POLÍTICO
A moeda, bem como a
série, foi cunhada na República durante a Era Vargas, 1930-1945. Durante o período
em que Getúlio Vargas governou o Brasil. Fato que ocorreu ao longo de 15 anos
ininterruptos. O governo Vargas ficou marcado pelas várias alterações sociais e
econômicas promovidas durante seu mandato.
CARACTERISTICAS
Material: prata
Diâmetro: 26,0 mm
Peso: 8,00 g
Espessura: 1,80 mm
Bordo: serrilhado
Titulagem: Ag 500
Eixo: reverso medalha
(EV)
Cunhagem: 695.214
Data da Cunhagem: 1932
Fontes Consultadas: D. João III - Paulo
Drummond Braga, Hugin Editores Ltda. 2002 - O Verdadeiro Fundador
do Brasil – Bruno Diniz, Blog “Eu na História” – eunahisttoria - www.eunahisttoria.blogspot.com.br
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