Um sertanista, militar,
descendente de índios, brasileiro nato e homenageado pela numismática/notafilia
brasileira nos anos 1990 por seus feitos em favor da pátria. Foi assim que Cândido
Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon ficou conhecido
por boa parte da população brasileira. Mas devemos lembrar que todo homem
possui uma trajetória. A vida de um dos maiores sertanistas do Brasil tem origem
em tribos indígenas por parte de seus bisavós maternos (Bororó e Terena) e
bisavó paterna (Guará), mas Rondon tornou-se órfão precocemente, tendo sido
criado pelo tio e, que depois de sua morte, se transferiu para o Rio de Janeiro
para ingressar na Escola Militar que chamamos hoje de AMAN (Academmia Militar
das Agulhas Negras), além dos estudos serem gratuitos nesta escola, os alunos
recebiam um soldo referente ao posto de sargento, mas desde que seguissem como
praças nas fileiras do exército.
Rondon iniciaria uma bela
carreira militar, alistando-se no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo em 1881. Sempre
dedicado aos estudos, cursou Matemática e Ciências Físicas e Naturais da Escola
Superior de Guerra. Ainda estudante, teve participação no movimento
abolicionista e republicano. Ao atingir certa maturidade profissional, foi
nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso e designado para a Comissão
de Construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás. O governo
republicano tinha grades preocupações com a região oeste do Brasil, muito isolada
dos grandes centros e situada em regiões de fronteira. Com receio de possíveis invasões
o governo decidiu melhorar as comunicações construindo linhas telegráficas para
o Centro-Oeste. Rondon então cumpriu a missão de abrir caminhos, desbravando
terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e
principalmente estabelecendo relações cordiais com os índios, já que em seu DNA
estava o traço dos primeiros habitantes deste país. Rondon foi o mais
importante nome em registros de etnias indígenas do Brasil. Para facilitar o
contato com os índios, Rondon e sua equipe utilizavam presentes nos primeiros
encontros. Ele falava várias línguas indígenas e os contatos com os povos eram relatados
e registrados, facilitando a identificação e catalogação de novas etnias.
Seu apego pelos povos indígenas
era tão grande que em 1910 organizou e dirigiu o Serviço de Proteção aos Índios.
Para se ter uma ideia do comprometimento e respeito que Rondon tinha pelos
povos indígenas, em setembro de 1913, Rondon foi atingido por uma flecha envenenada
dos índios Nhambiquaras. Sendo salvo pela bandoleira de couro de sua
espingarda, ordenou aos seus comandados, porém, que não reagissem e batessem em
retirada, demonstrando seu princípio de penetrar no sertão somente com a paz e
sem o uso de suas armas.
De fato, um brasileiro
diferenciado e que teve como origem a humildade e a simplicidade. Tamanho foram
os seus feitos e seu prestigio, que em maio de 1913 iniciou uma expedição que
durou um ano, mas desta vez em conjunto com o governo americano. Ao seu lado como
companheiro de expedição o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore
Roosevelt.
Curiosidades:
- O estado de Rondônia leva
este nome em homenagem ao Marechal.
- Foi o Criador da
expressão "Do Oiapoque a Chuí" quando foi designado para estender a
linha de telégrafo que cruzaria o país.
- Rondon é referência
geográfica para a história das comunicações no Brasil.
- Rondon foi o 2º homem
na história a receber em sua homenagem um meridiano em seu nome.
Rondon faleceu no Rio de
janeiro em 1958 aos 92 anos. É patrono das armas de comunicação do exército e
nos deixou uma grande lição! Tolerância, lealdade, amizade, paz, trabalho e
perseverança. Sem estas coisas ele não teria desbravado o Brasil!
A cédula que homenageia
Rondon:
ANVERSO
Efígie de Marechal
Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), tendo, a esquerda, gravura em que
aparece uma estação telegráfica pioneira, além da representação de uma floresta
e de mapa com contornos do Brasil e da América do Sul
REVERSO
Casal de índios carajás,
ladeado pela representação de alimentos e de uma habitação nhambiquara
EMISSOR
Banco Central do Brasil
FABRICANTE
Casa da Moeda, Rio de
Janeiro
CIRCULAÇÃO
31/05/1990 até 15/09/1994
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moedas do brasil