Pegue uma peça de coleção como esta cédula e comece a pensar no ritmo
das ruas, no cotidiano das pessoas e na realidade vivida naquela época. Faça
uma viagem contemplando as alegorias desta cédula. Elas nos levam direto até a
Rua Direita, mostrando um dos prédios mais importantes para a vida econômica da
cidade do Rio de Janeiro. A “Casa dos Contos”, foi sede do Banco do Brasil, em
sua primeira versão, além de diversos usos e funções na sua existência de mais
de 200 anos. Em 1829 o prazo legal de
atuação do banco como instituição financeira estava por acabar, por razões
políticas da época e alegando como motivos fatos de ordem legal e estatutária o
banco acabou sendo liquidado. A Assembleia Legislativa se negava a prorrogar a
existência legal do banco.
Era um dos prédios mais antigos da cidade. Depois de algum tempo o
prédio acabou por ser leiloado por motivo do falecimento (sem herdeiros) de seu
proprietário o Provedor Pedro de Souza Pereira, assassinado em 1687, o imóvel
acabou sendo adquirido pela Coroa. O prédio que já tinha abrigado um banco,
quase sempre esteve ligado a questões monetárias, pois até o ano de 1815 ele
era ocupado pelo Erário Régio, que se mudou para a Rua do Sacramento onde virou
Tesouro Nacional, se transformando no Ministério da Fazenda de hoje.
O prédio foi demolido nos anos 70 do século XIX e em seu lugar foi
construído o edifício que abrigaria a terceira sede da Praça de Comércio do Rio
de Janeiro, que permaneceu no endereço até 1926 quando o prédio foi ocupado
pelo Banco do Brasil em sua terceira versão, e que perdura até hoje.
O prédio que foi construído no lugar onde antigamente abrigava a “casa
dos contos” em meados dos anos 70 do século XIX, está de pé até hoje, apesar de
inúmeras reformas feitas pelo banco, hoje o prédio abriga o CCBB.
A IGREJA DO CARMO
A Ordem Terceira do Carmo funcionava no Rio de Janeiro desde o século
XVII, ocupando uma capela próxima ao Convento do Carmo. Depois de algum tempo a
Ordem acabou decidindo pela construção de uma nova igreja em 1752. O projeto da
nova construção foi atribuído ao português Manuel Alves Setúbal, que também foi
construtor da nova igreja, mas a Ordem queria ter um “pitaco” para chamar de
seu na história, então a planta original foi modificada pelo Frei Xavier Vaz de
Carvalho. As obras se estenderam de 1755 a 1770, ficando somente as torres
inacabadas. As torres atuais, com suas cúpulas bulbosas cobertas de azulejos,
só seriam de fato terminadas entre os anos de 1847 a 1850 pelo arquiteto Manuel
Joaquim de Melo Corte Real, professor de desenho da Academia Imperial de Belas
Artes.
CURIOSIDADE
Logo que chegou ao Brasil, em 1808, o príncipe D. João requisitou a
então Igreja de Nossa Senhora do Carmo – localizada na atual Praça XV – para
exercer a função de Capela Real.
CARACTERÍSTICAS DA CÉDULA
A cédula de 2.000 Réis foi lançada em 1835, teve ao longo do período dos
réis 8 estampas. A oitava, de 1888, possuía na face D. Pedro II à esquerda e a
Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo (Rio de Janeiro) à direita; no verso,
a Rua Direita, no Rio de Janeiro.
Anverso: Alegoria da Justiça à esquerda e Igreja do Carmo à direita
Reverso: Correio Central, antiga rua Direita, Rio de Janeiro
Largura: 165mm
Altura: 75mm
Emissor: Tesouro Nacional
Fabricante: American Bank Note Company
Referencias:
Enciclopédia Barsa – Igreja do Carmo
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