Um velho costume de
atirar moedas em uma fonte ou um poço quando se faz um desejo vez ou outra vira
notícia! Seja pela beleza da fonte, por roubo das moedinhas ou por disputa pela
posse do tesouro submerso por pouco mais de 40cm de água. A cidade de Roma vem
passando por um impasse! Quem ficará com a “pequena” fortuna da Fontana di
Trevi? Para que você tenha uma ideia, quando se passa a alta temporada de
turistas em Roma, um grupo de servidores da prefeitura recolhe durante a madrugada
as moedas utilizando um aspirador. Relatórios anteriores informam que já foram
arrecadados quase um milhão e meio de euros em outras oportunidades. Mas o
impasse se dá por conta do uso que será dado às próximas coletas. Em 2017 a
Câmara Municipal e o órgão de caridade da Conferência Episcopal Italiana
debateram a questão. Anteriormente, a prefeitura tinha decidido que o dia 1º de
abril marcaria o fim do acordo histórico e o dinheiro seria usado diretamente
pela Igreja para "financiar projetos de assistência e solidariedade".
Em 2018 o prazo foi estendido para que seja decidida a tutela das moedinhas,
que poderá trocar de mãos, mas continuarão sendo usadas para o bem dos mais
necessitados.
MAS QUEM INVENTOU ISSO?
Os indícios mais
antigos dessa prática remontam ao período em que a Europa era dominada por
diversas tribos nômades. Nessa época, os povos viviam vagando pelas extensões
do continente, e nem sempre encontrar água potável era algo fácil. Quando
encontravam alguma, acreditavam que era um favor dos deuses e que precisavam retribuir
de alguma forma. Então atiravam uma moeda como pagamento pela dádiva. Mesmo
depois que esses nômades se estabeleceram em pequenos assentamentos, que logo
virariam cidades, e criaram os primeiros poços e fontes, o costume permaneceu.
Pois o favor já não era mais o mesmo, tão pouco o objetivo.
QUE DEUS ERA CULTUADO?
Certamente não era o
Deus Cristão! Para indicar qual deus protegia cada fonte, as pessoas passaram a
deixar uma estátua que representasse a divindade em questão em algum lugar
próximo ou até mesmo dentro das fontes como alusão. Esses locais passaram a ser
cultuados como santuários. As moedas então não eram mais atiradas para se
agradecer pela água, que agora podia ser facilmente encontrada, mas como
tributos para acalmar a fúria dos deuses ou para que eles respondessem às
preces das pessoas.
SÓ ATIRAM MOEDAS?
A resposta é não! O Poço
de Pen Rhys, na região de Oxford, Inglaterra. Era um poço diferente, pois ao
invés de dinheiro as pessoas ofereciam aos deuses pedaços de roupas. Elas
acreditavam que a água possuía efeitos curativos, chegando a atirar botões,
fechos e fragmentos de tecidos tirados das vestes de pessoas doentes, esperando
que o ato fizesse com que elas sarassem. A crença nos poderes curativos desse
poço continuou até o século 18.
COVENTINA, A CUIDADORA
DOS POÇOS...
Na Inglaterra, mais
precisamente na região da Nortúmbria, um poço popular era dedicado à deusa Coventina,
divindade celta cuidadora dos poços e nascentes d’água. Neste poço foram
encontradas mais de 16 mil moedas de diferentes períodos do Império Romano. A
maior parte do dinheiro encontrado se tratava de dinheiro de baixo valor, para
o meio circulante local, evidenciando o uso deste poço por pessoas de poder
aquisitivo mais baixo e carente dos favores dos deuses.
A CRENÇA AINDA EXISTE?
Atualmente, a crença no
favor dos deuses caiu em desuso, mas as pessoas continuam atirando suas moedas
em fontes ou poços e fazendo um pedido em seguida. Talvez o lugar no mundo onde
isso ainda aconteça com maior frequência é a Fontana di Trevi – Fonte de
Trevos, em português –, localizada em Roma, Itália e alvo de noticias nos
últimos dias pela fortuna que é recolhida desta fonte todos os anos. Para se
ter uma ideia, mais de 3 mil euros são atirados lá todos os dias.
CONCEPÇÃO DA “FONTANA
DI TREVI”
O local, construído no
encontro de três vias durante o século 19 a.C., era o ponto final de um
aqueduto de 21 km de extensão. Era chamado de Acqua Vergine, em honra a uma
lenda da época, que dizia que uma moça havia indicado aos construtores romanos
onde encontrariam uma das nascentes de água que abasteceria a cidade.
CHEGOU AO CINEMA...
Na Fontana di Trevi, o
costume das moedas é um pouco diferente. Lá, deve-se atirar a moeda por cima do
ombro, para um dia retornar a Roma. No filme “A Fonte dos Desejos”, de 1954, há
uma evolução da lenda: se atirasse uma segunda moeda por cima do ombro, a
pessoa se apaixonaria por um romano ou romana; e quando atirasse a terceira, se
casaria com aquela pessoa. Desde então, a quantidade de turistas que jogam
dinheiro lá só aumenta.
MAS COMO A HISTÓRIA
TERMINA?!
A história não possui
um final romântico, mas um final humanitário! As moedas recolhidas são limpas,
separadas por valor e enviadas a um banco, onde são depositadas em uma conta
usada para comprar mantimentos em auxílio aos necessitados e manter abrigos
para portadores de AIDS.
Fonte:
Cidade de Roma – Wikipédia
/ Site oficial
Fontana di Trevi –
Wikipédia / Barça online
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