O escritor e colunista Luis Fernando Verissimo avaliou que os R$
51 milhões encontrados pela Polícia Federal no apartamento do ex-ministro
Geddel Vieira Lima em Salvador, causaram "deslumbramento" aos
brasileiros pela dimensão do montante.
"O
volume de dinheiro encontrado em Salvador nos permitiu ter uma amostra do que
só conhecíamos de ouvir falar: as grandes somas movimentadas pela corrupção
nacional, que existiam, nas nossas cabeças, apenas como números frios e
impalpáveis. Podíamos imaginar um monte de dinheiro acumulado por 40, ou 400,
ladrões, mas nos resignávamos a jamais conhecê-lo, por assim dizer,
pessoalmente. E no entanto, lá estavam 50 milhões dos bilhões da corrupção,
embrulhados, à vista, fotografados, reais (e dólares) de verdade. Uma imagem
para a História", diz.
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Veríssimo conta que as cédulas de papel moeda vêm perdendo sua razão de ser em todo o mundo, substituído por impulsos eletrônicos e cartões de plástico. "Mas a corrupção brasileira tem um apego nostálgico às notas. Dizem que brasileiros com contas na Suíça são conhecidos porque são os únicos que, periodicamente, pedem para ver seu dinheiro e saber se ele está bem. Aqui, ainda não se sabe para quem era aquela mala com 500 mil que não chegou ao seu destino, mas era, certamente, alguém que preferia notas por razões sentimentais", afirma.
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Veríssimo conta que as cédulas de papel moeda vêm perdendo sua razão de ser em todo o mundo, substituído por impulsos eletrônicos e cartões de plástico. "Mas a corrupção brasileira tem um apego nostálgico às notas. Dizem que brasileiros com contas na Suíça são conhecidos porque são os únicos que, periodicamente, pedem para ver seu dinheiro e saber se ele está bem. Aqui, ainda não se sabe para quem era aquela mala com 500 mil que não chegou ao seu destino, mas era, certamente, alguém que preferia notas por razões sentimentais", afirma.
"Não
se sabe de onde vinha e para onde ia a dinheirama de Salvador, mas ninguém
pensou na possibilidade mais generosa, a de que Geddel simplesmente coleciona
cédulas como hobby. A explicação não é corrupção, não é nada do que estão
pensando. É numismática", diz Verissimo.