A cédula que
ilustra a postagem é uma:
50 Cruzeiros de 1960 Princesa Isabel em busto.
A
cédula é parte do acervo deste blog.
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Muitos países já passaram por debates semelhantes. Mas eu tenho uma simples pergunta... Afinal, quantas notas seriam necessárias para retratar as mulheres de forma igualitária e justa?
Nas cédulas de
dólares americanos, eles retratam os fundadores dos EUA e ex-presidentes. O
dinheiro chinês é ilustrado por Mao Tsé-Tung, e o indiano, por Mahatma Gandhi.
Nenhuma nota desses países é estampada por mulheres. Muitos outros países
também dão preferências a homenagens masculinas, apesar de incluírem uma ou
duas mulheres nas notas.
Vale lembrar que no
Brasil tivemos algumas mulheres estampadas nas cédulas, mas nada expressivo em
quantidade de aparições! Hoje temos no real a figura feminina da república, mas
isso é história para uma outra postagem mais aprofundada que ainda faremos por
aqui.
"Os EUA
precisam mostrar ao mundo que também reconhecem o valor e a contribuição das
mulheres"
Este é o sentimento
expressado por muitas americanas que ainda complementam dizendo que:
"Nosso
dinheiro diz algo a respeito de nós e do que representamos como sociedade. Se
queremos igualdade de gênero, diversidade e inclusão, temos que ir
adiante."
Enquanto isso, no
Canadá, mais de 54 mil pessoas participam de um abaixo-assinado por um rosto
feminino nos dólares canadenses, depois de a única mulher a alcançar tal feito
teria sido a política feminista Thérèse Casgrain, mas que logo foi substituída
em 2011, por um navio quebra-gelo!
Assim como no
Canadá, notas da libra esterlina britânica são ilustradas pela rainha. Mas
críticos dizem que isso não conta como presença feminina, por ela ser retratada
como monarca, e não por suas conquistas. Além disso, eventualmente ela será
substituída por um herdeiro homem.
A questão também já
foi levantada na Suécia. As mulheres aparecem atualmente em três notas, ainda
que uma delas seja a figura da "Mãe Suécia". Novas notas, a serem
lançadas em 2016, tiveram três mulheres e três homens a atriz Greta Garbo, a
escritora Astrid Lindgren e a cantora lírica Birgit Nilsson.
A Austrália é outro
país que buscou a igualdade de gênero em suas cédulas! Cada uma delas tem um
homem de um lado e uma mulher do outro, além da nota que tem a rainha de um
lado e os edifícios do Parlamento do outro.
E será que o
dinheiro de um país não deveria representar também sua diversidade racial?
Poucos países
encamparam a ideia, mas a Austrália é, de novo, uma exceção: uma das notas do país
é ilustrada por um líder e inventor aborígene. Nos EUA, todas as notas são
estampadas por políticos brancos, embora o Censo liste sete etnias diferentes nos
Estados Unidos.
Nada de pessoas
Isso ilustra as
dificuldades de representar a totalidade das classes e gêneros de uma população
em seu dinheiro. As notas de euro - moeda comum de países com diferenças entre
seus povos, sua história e sua cultura - são ilustradas por imagens estilizadas
de janelas, arcos e pontes. Mas nada de pessoas!
No Brasil, o real
estampa animais típicos e a efígie da República – que falaremos em outra
postagem - (uma "personificação da nação brasileira representada por uma
mulher").
Serão essas as
melhores soluções?
A Noruega, tem
mulheres em duas de suas cinco cédulas emitidas, mas sua temática futura terá motivos
relacionados ao mar. Mas, segundo o Banco Central norueguês, isso não se deve a
nenhuma dificuldade em refletir a diversidade populacional do país. "As
notas prévias tinham retratos como motivo primário, sem nenhuma conexão clara
entre eles; agora, a meta é encontrar um tema recorrente que una as notas de
forma coerente."
Na mesma linha, a
Dinamarca apresentou suas novas cédulas ilustradas por pontes e objetos
pré-históricos, em vez de pessoas. Duas de suas notas prévias tinham apenas
mulheres; outra tinha um homem ao lado de uma mulher. O Banco Central do país
explica, em seu site, que as pontes simbolizam os elos entre as várias partes
do país e entre passado e presente.
Mas pode ser que
seja, também, uma alternativa mais diplomática: é mais fácil escolher paisagens
a figuras históricas, muitas vezes controversas.
Qualquer pessoa que
seja colocada em uma nota será elogiada por uns e criticada por outros!
Uma das polêmicas
se dá na Suécia. O país nórdico apresenta uma cédula com a cantora Birgit
Nilsson, retratada cantando uma ópera de Richard Wagner, cujo trabalho é às
vezes associado ao nazismo. A cantora comumente interpretava obras de Wagner,
populares até hoje por lá.
O fato é que nunca "irão conseguir agradar todo mundo", com isto, sempre existirá o
sentimento de que as mulheres não são recebem o merecido reconhecimento em
cédulas de dinheiro ao redor do mundo! Muitas são as que merecem, mas poucas
são as que lutam para conseguir...
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