Segundo a maioria dos léxicos, tanto bordo como borda são de origem germânica. O termo primitivo poderia ter sido baurd ou bort; em alemão atual bord, tal como em francês. O vocábulo parece ter sido utilizado inicialmente em Marinha para designar a madeira com a qual se construía o costado dos navios, madeira esta retirada de uma árvore da família das aceráceas, denominada bordo(ô), muito usada para esse fim. Do ponto de vista semântico o termo evoluiu para uma abrangência maior, passando a significar o próprio costado do navio (navio de alto bordo), o interior do navio (estar a bordo) e o rumo da navegação. Paralelamente ao seu emprego em Náutica, o termo passou a designar o limite ou extremidade de uma superfície ou objeto, adquirindo o sentido de margem, beira, orla.
De bordo derivam o
verbo abordar e seus cognatos, como abordagem e abordável. O francês bord e o
espanhol borde mantiveram apenas um gênero (masculino) para todas as acepções.
Em português o vocábulo desdobrou-se em dois: bordo e borda.
Em Náutica firmou-se o
uso do masculino - bordo. No sentido mais amplo de margem, beira, orla,
entretanto, têm sido usados as duas formas.
Rebordo é palavra
encontrada em apenas alguns poucos dicionários, significando "borda
revirada para fora". Somente Silveira Bueno registra o termo como sinônimo
de borda. Curiosamente, reborda não aparece em nenhum léxico, nem mesmo no
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras. Apesar
disso, reborda é termo de longa data usado em várias áreas.
Rebordo e reborda são
compostos nominais formados com o prefixo re + bordo(a). O prefixo latino re
tem significados diversos na formação das palavras, podendo indicar repetição,
aumento, reciprocidade, ação contrária, negação, ou servir para dar maior força
à palavra a que se liga como no caso de rebordo (a), em que o prefixo não
modifica o sentido da palavra bordo (a).
Referências
bibliográficas
- FERREIRA, A.B.H. -
Novo dicionário da língua portuguesa, 3.ed. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira,
1999.
- MICHAELIS - Moderno
dicionário da língua portuguesa. São Paulo, Cia. Melhoramentos, 1998.
- BUENO, F.S. - Grande
dicionário etimológico-prosódico da língua portuguesa. São Paulo, Ed. Saraiva,
1963.
- ACADEMIA BRASILEIRA
DE LETRAS - Vocabulário ortográfico da língua portuguesa, 3. ed. Rio de Janeiro,
Imprensa Nacional, 1999.
- GOES, C. - Dicionário
de afixos e desinências, 3.ed. Liv. Francisco Alves, 1937.
- Compilado em
18/09/2008 por William Rayel. Atualizado em 12/10/2008