Durante 30 anos o artesão Edson Rodrigues, 54 anos, conseguiu reunir aproximadamente 6 mil moedas de diferentes datas e valores em Santarém, oeste do Pará. Mas a paixão pelas moedas está perto de acabar, pois ele quer vender toda a coleção e abrir um negócio próprio.
Segundo Rodrigues, a vontade de colecionar moedas iniciou quando ele passou a colecionar cartões telefônicos. Desde então a vida dele se tornou uma busca constante por moedas antigas, que se tornaram relíquias com um grande valor sentimental para ele. "As pessoas me chamam de doido, dizem que elas não tem valor, mas pra mim tem valor sim. Eu só guardo aquelas que não estão em circulação no mercado", destaca.
Comprar, trocar ou simplesmente juntar do chão são algumas das formas encontradas pelo artesão para aumentar sua coleção. “Eu compro, acho por aí ou então troco com as pessoas nos meus quadros para poder conseguir elas. Tenho moedas de 1822 da época do império. Tenho outras banhadas a ouro, prata e de outros países, como Paraguai, Estados Unidos, Portugal etc", conta Rodrigues.
Mesmo sem conhecer as letras e saber ler e escrever, Edson reconhece qualquer tipo de moeda e o valor de cada uma. Segundo ele, a vontade de querer vender a coleção é devido a um outro desejo: comprar uma chacará e montar um negócio próprio. "Eu queria uma pessoa para avaliar elas pra poder vender tudo, e assim mudar de negócio", explica.
Ao longo dos trinta anos o artesão colecionou além de moedas muitas histórias que, segundo ele, marcaram sua vida. “Eu fui comprar 500 moedas de um rapaz e ele disse para mim que só trocando por um botijão e um fogão. E como eu queria as moedas dele eu troquei, só que nisso eu perdi minha mulher, pois ela foi embora de casa com raiva”, lamenta Edson Rodrigues.
Morando sozinho na rodovia Curuá-Una, em uma área afastada do centro da cidade, Edson Rodrigues sobrevive da venda de quadros que ele mesmo cria.