Nas civilizações clássicas era prática comum enterrar os
mortos com tesouros, ou com moedas, na crença de que esses valores lhes viessem
a dar jeito na vida eterna.
Hoje essas tradições desapareceram entre nós, sobretudo no
mundo cristão e islâmico, mas persistem em algumas civilizações asiáticas de
influência chinesa.
Assim, é muito frequente na China, no Vietname e países
vizinhos, o uso “dinheiro fantasma”, notas feitas de papel de bambu, ou papel
de arroz, que substituem dinheiro verdadeiro.
Estas notas são queimadas como oferenda aos mortos, para que
possam comprar coisas na vida depois da morte. Para além das notas, podem-se
queimar também objetos de papel, como maços de tabaco ou até casas e barcos.
A queima das notas não obedece a nenhum ritual estrito, praticando-se
muitas vezes à porta das casas, no meio da rua.
As notas são conhecidas pela sua decoração elaborada e os
valores absurdamente altos. Muitas vezes ostentam a assinatura do “Imperador de
Jade”, o governador supremo do reino celeste, e o símbolo do “Banco do
Inferno”, sendo que o termo inferno não tem a mesma conotação que tem para os
cristãos.