Da pataca ao real


Principal base de troca da economia, a moeda e o papel-moeda oferecem um fiel registro da história político-econômica de um país. Tome-se o caso brasileiro. A primeira moeda com as inscrições "BRASIL" foram cunhadas não pelos portugueses, como se poderia imaginar, mas pelos holandeses que se instalaram no Nordeste, comandados por Maurício de Nassau. Cunhadas em ouro, entre 1645 e 1646, ficaram conhecidas como “moedas de cerco”, em alusão ao assédio sofrido pelas forças portuguesas, que acabaram expulsando os holandeses.

A Casa da Moeda foi constituída na Bahia, em 1694, pelo rei D. Pedro II, de Portugal, que determinou que todas as moedas de ouro e prata em circulação no Brasil fossem transformadas em moedas provinciais.
Acompanhando a evolução do fluxo de comércio, a Casa da Moeda foi transferida em 1699 para o Rio de Janeiro e, um ano depois, para Pernambuco, onde funcionou até 1702. No ano seguinte, a Casa da Moeda voltou a funcionar no Rio de Janeiro.
O primeiro papel-moeda brasileiro circulou em 1772, quando a Administração dos Diamantes, a autarquia portuguesa que administrava o monopólio de extração de diamantes na região do Tejuco do Serro Frio (atual Diamantina, MG), passou a emitir bilhetes, que tinham grande credibilidade, sendo aceitos em todas as transações comerciais da região.
Em 1810, o Banco do Brasil iniciou a emissão de bilhetes pagáveis ao portador, no valor de 30 mil réis. Em 1821, antes de retornar a Portugal com sua corte, o rei D. João VI resgatou todas as moedas, jóias e metais depositados no Banco do Brasil, inviabilizando a conversibilidade dos bilhetes.
O real (réis, no plural) foi a moeda brasileira de 1833 até 1941, quando foi substituído pelo cruzeiro. Desde então, os brasileiros conheceram oito diferentes moedas: cruzeiro, cruzeiro novo, cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro, cruzeiro real e real.
Com o Plano Real, que inspirou o nome de nossa moeda, a economia brasileira conheceu um período de estabilidade e, conseqüentemente, de menor emissão de novas cédulas.
Hoje, a Casa da Moeda imprime cerca de 120 milhões de notas por mês. Pode parecer muito, mas essa produção já foi bem maior, nos tempos de inflação desenfreada: em 1986, as notas em poder dos brasileiros somavam 4,5 bilhões. Hoje, há cerca de 3,4 bilhões de notas em circulação.
No dia 16 de agosto deste ano, havia 3.315.832.729 cédulas em papel em circulação, totalizando
R$ 76.684.570.068,00
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