Uma reportagem do “Wall Street Journal”, de Lingling Wei, merece a atenção dos brasileiros, porque mostra que a China de fato está jogando pesado para se tornar a primeira potência global. Reproduzo parte do texto, publicado no Brasil pelo “Valor Econômico”: “Interessados em promover o uso internacional do yuan, a moeda chinesa, bancos daquele país estão buscando formas de ampliar empréstimos para países latino-americanos produtores de commodities. O objetivo é favorecer transações em yuan, em substituição ao dólar americano”. Lingling Wei acrescenta: “Desde 2011, o Banco de Exportações e Importações da China está em conversações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento. A ideia é criar um fundo em yuans para financiar projetos de infraestrutura na América Latina e Caribe, regiões fornecedoras de riquezas minerais e produtos agrícolas para o mercado chinês”. “O Ex-Im da China”, escreve Lingling Wei, “se compromete a oferecer até 200 US$ milhões para financiar o comércio entre chineses e latino-americanos. Parte desse financiamento será feito em yuans. Segunda maior economia do planeta, a China aspira ser uma potência mundial, com uma moeda utilizada em todo o globo”. A China “espera que o yuan seja aceito internacionalmente e se torne uma reserva de valor, tal como o dólar, o euro e o iene”.
Como se sabe, quando um país começa a impor sua moeda — e não apenas produtos —, é sinal de que quer competir com a principal potência, os Estados Unidos.