Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança, a Princesa Isabel, nasceu no palácio de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1846.
D.Pedro II governou o Brasil por mais de 50 anos e
seu reinado foi marcado por inúmeras transformações políticas e econômicas no
país. Para evitar um processo brusco como o que ocorreu durante o Período
Regencial, o herdeiro direto ao trono, príncipe Dom Afonso, cresceu sendo
preparado para governar. Todavia, o destino quis que o infante falecesse em
1847 e a jovem Princesa Isabel torna-se a sucessora de seu pai aos 11 meses de
vida. Em 1850, houve o reconhecimento oficial como sucessora de seu pai quando
a Assembleia Geral proclamou-a a herdeira do trono na forma dos artigos 116 e
117 da Constituição do Império. Para prepará-la na função de futura imperatriz
do Brasil, D. Pedro II iniciou desde cedo um trabalho com seus estudos,
contratando professores como D. Luísa Margarida Portugal de Barros, que
instruíram a princesa sobre etiqueta e outros importantes aspectos da vida
social luso-brasileira.
Em 1864, a princesa Isabel casou-se com Luís Gastão
de Órleans, o Conde d’Eu, com quem teve três filhos. O matrimônio da princesa
foi um acontecimento esperado e muito comentado na época. A princesa
Isabel nunca chegaria a ser imperatriz do Brasil, mas por três vezes, ela
assumiu o governo no lugar de seu pai – por motivos de viagem. Em uma dessas
vezes, ela acabou assinando a Lei do Ventre Livre, que estabeleceu a
liberdade aos filhos dos escravos nascidos a partir daquele dia. Nessa
década, o Brasil era umas das últimas nações do mundo que mantinha a
escravidão, com cerca de 700 mil escravos. Havia uma campanha abolicionista
contando com o apoio de vários setores da sociedade e o fim da escravidão era
uma necessidade nacional. A princesa apoiava o fim da escravatura, e aliou-se
aos movimentos populares e aos partidários da questão. Em 13 de maio de
1888, a princesa Isabel assinou a lei que colocou fim ao regime de escravidão
do país, assinando a Lei Áurea. Na época, a monarquia já estava enfraquecida e
o estado de saúde do imperador era complicado, ele passou a receber muitas
críticas e ataques oposicionistas republicanos. Em 15 de novembro de 1889 foi
proclamada a República, o que levou a princesa e a família ao exílio, no
castelo do Conde d’Eu, na Normandia.
*Apaixonada por cães e por seu marido*
Em agosto de 1865 Isabel se indispôs com sua irmã
Leopoldina porque "Brilhantina", uma das cadelas da princesa, fez
xixi no colo de sua irmã (da princesa). O motivo do bate-boca se deu depois que
Leopoldina foi tirar satisfação por causa do ocorrido. A princesa tinha o
hábito de enviar cartas para Conde d'Eu, seu amado esposo francês. Em tais
correspondências ela costumava desenhar a cadelinha Brilhantina, para que seu
marido pudesse matar a saudade. A princesa tinha outros cães. Um deles,
batizado de Riachuelo (em homenagem a Batalha do Riachuelo), marcou
sobremaneira a vida de sua dona. Quando seu marido estava distante, ela tirava
fotografias do cãozinho e as enviava para o amado. Certa vez deixou-se fotografar
ao lado da mãe e de Riachuelo e enviou a fotografia a Conde d'Eu. A princesa
tratava - pelo menos na escrita - seus animais como se fossem membros da
família. O cãozinho Riachuelo era mesmo um xodó da princesa, que chegava a se
sentir incomodada com a saúde frágil do animal. Quando o cão estava triste, ela
mandava trazer os cachorros da vizinhança para que eles brincassem com
Riachuelo, que tinha o costume de ficar sobre o colo da princesa, fazendo
cócegas em suas pernas. Depois que a fotografia foi inventada, no século 19,
virou moda fotografar e ser fotografado. A princesa, que não ficou à parte
daquela novidade, gostava de enviar às amigas fotografias de seus cachorros e o
fazia com grande alegria. Ao que tudo indica o amor da princesa Isabel pelos cachorros
só não foi superado pelo amor que ela sentia por seu marido, cujos registros
indicam que de fato a princesa morria de amores por Conde d'Eu. A propósito, em
suas cartas ao marido, ela costumava assiná-las escrevendo "sua
mulherzinha", sem falar que chegou a enviar uma parte de seus cabelos ao
amado, a fim de que o mesmo matasse um pouco a saudade do cheiro de sua esposa.
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*A cozinheira e a princesa*
Em 1965, a "Folhinha" promoveu o concurso "As Mães do
Ano", para comemorar o Dia das Mães. Foram escolhidas três mães: a mais
idosa, a mais jovem e a com mais filhos. A mãe mais velha foi a antiga
cozinheira da princesa Isabel, na época com 113 anos. Balbina Mesquita disse
que a princesa "não era magra nem gorda, e o imperador usava uma grande barba." Além
dela, foi premiada uma menina que foi mãe aos 14 anos, e uma mãe com 21
filhos. Na premiação, elas receberam diplomas e medalhas, além de prêmios
como liquidificadores, blusas, discos e livros.
Dinorá e D. Balbina em premiação 1965
Ela foi cozinheira da princesa e, depois, criada de quarto. "Ela não
era magra nem gorda - afirma - era muito branca. E o imperador usava uma grande
barba." D. Balbina foi casada duas vezes. Primeiro com Joaquim Lopes, que
era português, depois com José Caramez Mesquita, chefe de cozinha do Hospital
Central do Exército, que faleceu há 13 anos, com a idade de 83 anos. Teve 8
filhos, 40 netos, 60 bisnetos e 20 tataranetos. Nascida em Petrópolis, de
um humilde casal de roceiros, Leonardo e Maria Josefina da Conceição, D.
Balbina chegou a ser cozinheira de mão cheia. Uma vez, serviu salada que todos
elogiaram, mas na verdade era “capim” bem preparado. Outra de suas receitas exóticas
era com broto de samambaia.
A matéria do jornal dizia: _“D. Balbina, considerada a mãe mais idosa,
tem 113 anos. " Bem vividos" - diz ela. Apontada pela
"Folhinha" como a mãe do ano, ela virá de Mairinque, onde reside há
27 anos, para receber a homenagem.”_
*A morte da princesa*
A princesa faleceu em 14 de
novembro de 1921, ainda na Normandia. Seus restos mortais seguiram em 1953 para
o Rio de Janeiro, junto com os de seu marido para o Mausoléu da Catedral de
Petrópolis. Sua posição firme e suas decisões fizeram com que ela se aproximasse
mais dos negros e fosse bem vista pelo povo brasileiro. Até os dias de hoje é
conhecida como “A Redentora”.
A cédula
Esta cédulas de 200 Cruzeiros – Princesa Isabel foi confeccionada para a série dos Cruzeiros de 1981, onde todas as notas foram inspiradas em cartas de baralho, para onde virar a nota se tem a mesma leitura.
Fabricante: Casa da Moeda do Brasil
Valor: Cr$ 200,00
Anverso: Retrato da Princesa Isabel (1846-1921), inspirado em fotos pertencentes à coleção de D. Pedro Gastão, Palácio Grão-Pará, Petrópolis, Rio de Janeiro.
Reverso: Painel reproduzindo a fotolitografia "La Cuisine à la Roça", de Victor Frond.
Período de Circulação: 08.09.81 a 30.06.87
A cédula
Esta cédulas de 200 Cruzeiros – Princesa Isabel foi confeccionada para a série dos Cruzeiros de 1981, onde todas as notas foram inspiradas em cartas de baralho, para onde virar a nota se tem a mesma leitura.
Fabricante: Casa da Moeda do Brasil
Valor: Cr$ 200,00
Anverso: Retrato da Princesa Isabel (1846-1921), inspirado em fotos pertencentes à coleção de D. Pedro Gastão, Palácio Grão-Pará, Petrópolis, Rio de Janeiro.
Reverso: Painel reproduzindo a fotolitografia "La Cuisine à la Roça", de Victor Frond.
Período de Circulação: 08.09.81 a 30.06.87