Por ocasião do 4º. centenário do
descobrimento do Brasil, em 1900, foi lançada a primeira série de moedas
comemorativas da República. As 4 moedas, nos valores de 400, 1000, 2000 e 4000
réis, foram confeccionadas em prata. A cunhagem foi autorizada pela Lei
n°. 559 de 31 de dezembro 1898, todas cunhadas em padrão oficial. A Lei n°.
1453 de 30 de dezembro de 1905 "desmonetizou" essas moedas, sendo
fixado a novo título(1) em 900 milésimos para as moedas de 500, 1000 e 2000
réis. A produção foi entregue à Comissão
Central do Centenário, que era responsável pelos festejos da efeméride, sendo
as peças colocadas à venda em valores acima do facial com o intuito de bancar
os festejos do evento. Elas tinham amplo poder liberatório, mas não entraram em
circulação diretamente. Provavelmente foram as primeiras moedas do Brasil
feitas para colecionadores.
400 réis, prata, 23 mm - Em
evidência, a Cruz da Ordem de Cristo
1000 réis, prata, 30 mm - A
República e o progresso
2000 réis, prata, 37 mm -
Caravela de Cabral sob o Cruzeiro do Sul
4000 réis, prata, 50 mm - Pedro
Álvares Cabral, descobridor do Brasil. No outro lado, as armas portuguesas em
1500 e brasileiras em 1900. Até então, a maior moeda já produzida no Brasil
16 ou 20 raios
O sol sob o chapéu de Cabral, no
anverso da moeda de 4000 réis, pode ser encontrado em duas versões conhecidas:
com 16 ou com 20 raios. Com 16 raios, é a mais comum.
Anverso da moeda de 4000
réis com estrela de 20 raios sob o chapéu de Cabral. Abaixo, detalhe das
estrelas de 20 e de 16 raios.
Falsificações
Afora a falsificação chinesa que
é muito fácil de se reconhecer - até que se consertem o cunho -, pois um dos
raios inferior do sol atinge o dístico "Pedr'Alvares Cabral",
falsificações mais antigas existem em quantidades expressivas. Uma forma de se reconhecer as
moedas verdadeiras é dita como um "exercício pouco numismático". Sem saber-se ao certo o motivo,
talvez por se tratar de uma moeda muito grande, o disco ficou abaulado. Umas
mais outras menos, mas todas ficaram. Se pegarmos o 4000 réis, com o Cabral
para baixo (assim, a parte côncava ficará para cima), colocar em uma superfície
de vidro, e girá-la como um pião, se girar é boa. O fato de não girar é devido
ao disco não estar côncavo sendo portanto, uma falsificação. Nas moedas
verdadeiras, por menor que seja o abaulamento, ela girará.
Na
falsificação chinesa, o raio inferior do sol atinge o dístico "PEDR'AVARES
CABRAL"
Fonte: Fórum de
Numismática; Livro das Moedas do Brasil