Claudio Schroeder
A circulação desse clássico valor da coleção de moedas brasileiras de prata teve início no ano de 1808 com a reutilização do disco de prata de moeda de 8 reales de origem, na maioria, latino americana. Essas eram compradas pelo Governo por um valor menor e “transformadas” em moeda nacional com a aplicação de um “carimbo bifacial”. Sua circulação estava restrita somente a região de Minas Gerais, vindo daí sua classificação “Carimbo de Minas”. Essa contramarca foi aplicada somente até o ano de 1809. O lucro dessa operação foi grande para o Governo que providenciou a cunhagem por completo das moedas de 8 reales, com um cunho novo, e permitiu sua circulação por todo o país. Em 1810 a Casa da Moeda do Rio e da Bahia assim procederam iniciando a produção regular de moedas com o valor de 960 réis.
Em Minas (Vila Rica) isso ocorreu somente nos anos de 1810 e 1816. Na região de Mato Grosso a aplicação do “carimbo bifacial” iniciou no ano de 1818 sendo conhecido como “Carimbo de Mato Grosso”, após surgiu o “Carimbo de Cuiabá” com suas diferenças de grafia. Divulgamos uma sugestão da origem do desenho do “Carimbo de Minas”, onde além de uma moeda de 8 reales carimbada e um desenho ampliado do carimbo apresentamos dois documentos datados de 1804 e 1809. Esses ostentam “carimbos” que comprovam o pagamento de uma taxa para o Governo pela emissão dos mesmos. Um “selo fiscal” da época. Acima do selo está uma fita com a legenda “cauza publica”.
O desenho desses sem a fita é muito similar ao desenho do Carimbo de Minas. Notar que é visível nos dois desenhos dos “selos” na parte abaixo do escudo “um ponto”. Esse também está presente numa das variantes do “Carimbo de Minas” batido nas moedas.
Os documentos fazem parte do acervo de dois Arquivos Histórico de São Paulo.
FONTE CFNT