Se as cédulas representam a moeda, a economia, a política e principalmente o nosso país, por que não colocar a imagem de pessoas que revolucionaram ou contribuíram para nossa história como, por exemplo, Dom Pedro I que emancipou o Brasil? É simples! Direitos de imagem. Esse foi o grande empecilho que impossibilitou a utilização de grandes vultos nacionais como figuras simbólicas para o novo padrão monetário.
Tudo começou a partir de um
acontecimento que marcou e modificou o mundo inteiro, sendo considerado o maior
acontecimento da história nos últimos 1800 anos: A Revolução Francesa.
A revolução francesa aconteceu
entre 05 de maio de 1789 tendo o seu fim por volta do sia 09 de novembro de
1799, durante este período muitos fatos históricos ocorreram. De forma
resumida:
- Antes da revolução havia um
regime absolutista, onde o rei governava através de um poder supremo fazendo
com que 95% da população fosse oprimida e explorada pelos seus outros 5% (Clero
e Nobreza), condenando a guilhotina ou prendendo na Bastilha aqueles que se
opunham ao governo.
- A França passou por períodos
revolucionários que se iniciaram com a queda da bastilha em 1789 (prisão
política símbolo da opressão), e chegaram até o seu ápice no ano de 1793,
quando a família real francesa foi toda guilhotinada.
O fato é que o povo era oprimido
e submisso, para que a revolução acontecesse era necessário incitar o povo, era
necessário inspirá-los! Foi isso que aconteceu no dia em que uma nova
perspectiva e um novo ideal foi lançado:
- “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Essa frase não lhe soa familiar?
Para quem não sabe, este é o princípio básico da maçonaria. Isso mesmo, até os
livros de história admitem, foram os maçons quem planejaram, inspiraram e
contribuíram para a revolução francesa através de seus ideais iluministas. O
povo precisava de esperança, e foi exatamente isso que a maçonaria supostamente
lhes deu.
Após o triunfo da revolução, foi
criada a República Francesa, terminando com o sistema absolutista, dando mais
autonomia ao povo através de direitos sociais e com a declaração dos direitos
do homem e do cidadão.
A revolução, os novos ideais, as
perspectivas do povo, enfim, a república, precisava de um símbolo, de uma
imagem, e assim foi criada Marianne, a personificação da república.
Marianne é vista como figura de liberdade,
igualdade e fraternidade, ela simboliza o triunfo de uma revolução e a instauração
de uma república.
Se quisermos buscar um pouco mais
no passado, veremos que na antiguidade era comum representar ideais e apoiar os
triunfos de uma civilização em fenômenos e entidades abstratas, em deuses,
deusas e personificações alegóricas, esta prática foi menos comum na idade
média, mas ressurgiu durante o renascimento.
Esta mulher representa a razão, a
nação, a pátria e principalmente as virtudes da república.
Como Historiador posso afirmar desprovido das convicções feministas, que a razão pela qual foi escolhida uma mulher para representar a república, foi que uma alegoria feminina simbolizava para a época uma ruptura com o antigo regime autocrático sempre dominado pela figura masculina.
A origem do nome é um pouco
incerta, mas alguns estudiosos defendem que se trata da junção dos dois nomes
femininos mais comuns na França: Mari e Anne. Sendo assim, Marianne se tornou a
Efígie da república.
Efígie significa alegoria, ou
símbolo e é chamada por uns de “Senhora da Liberdade” e por outros de “Senhora
da Maçonaria” e pelos brasileiros, a “mulher das notas do real”.
CURIOSIDADE - Quando a França
resolveu presentear os EUA em comemoração aos seus 100 anos de declaração de
independência, fez isso através da Estátua da Liberdade: uma versão maçônica de
Marianne, feita pelo maçom Frederic Auguste. Não demorou para que Marianne se tornasse
alegoria da República em todo o Ocidente, incluindo, é claro, o Brasil. Se os
americanos conseguem ver a Maçonaria na nota de um dólar, através do “Olho que
tudo vê”, nós brasileiros podemos encontrá-la em todas as nossas notas através
dela, Marianne, a Senhora da Liberdade, a Senhora da Maçonaria.
Repare nas semelhanças entre o
rosto da estátua da liberdade e da mulher estampada em nosso dinheiro, elas são
a mesma pessoa, Marianne.
Imagem: Estátua da Liberdade - Site "quanto custa viajar"