Em 1972, começou a circular a cédula de 500 cruzeiros, com o tema
‘integração nacional’, comemorativa da independência brasileira. De um
lado, a integração geográfica e histórica, com pequenos quadros
ilustrativos que começam pela ‘descoberta’, o comércio (com os índios
derrubando árvores, imagino que pau-brasil; o interessante aqui é terem
deixado de lado o comércio de escravos), passam pela colonização,
independência e por final a tal integração.
O outro lado da cédula retrata a integração racial. Rostos
perfilados, recortados, partem do perfil de um negro, e terminam com um
caucasiano, de frente, franco, e por completo, ocupando o maior espaço.
Os rostos não são exemplos da população brasileira: é uma tese.
Demonstra o desenvolvimento da ‘raça’ brasileira, o seu ‘futuro’, o
refinamento. A evolução racial.
A denominação oficial da cédula : do verso, dos quadros históricos,
“Sequência de cartas geográficas históricas do Brasil”. Da frente, dos
rostos: “Evolução da Etnia Brasileira”
No país do racismo ‘cordial’ e velado, não lembro de uma tomada de
posição pelo governo de uma eugenia tão explicita e assumida, mesmo
durante a ditadura.
A cédula ficou em circulação durante quinze anos.
Enviado por M. Ribeiro leitor do blog por meio do sugira um artigo.