Siglas nas moedas brasileiras
Siglas
são letras ou monogramas inseridas nos cunhos das moedas, como
um tipo de assinatura, que identificam os abridores de cunho. Nas
moedas brasileiras, apesar de não ser uma prática comum, encontramos
algumas situações onde essas assinaturas aparecem e até
incorporam curiosidades que as tornam variantes dos modelos
oficiais.
Tomamos
conhecimento de siglas em moedas a partir de 1822 para, a
partir de 1946, ter sido abolida de vez essa prática. Como abridores de
cunho que deixaram suas marcas para a posterioridade,
destacamos:
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Carlos Custódio de AzevedoA sigla AZEVEDO F. (AZEVEDO fecit(1)) aparece nas moedas de 4$000 e 6$400, 1832, sob o busto de D. Pedro II, ainda menino. |
Christian Lüster (1822-1871)
O dinamarquês Christian Lüster, desde 1861 produziu diversos ensaios e provas para Casa da Moeda para, em 1867, começarem a circular moedas com sua marca. Lüster adotava dois tipos de assinaturas: C.L. ou LÜSTER F. (Luster fecit(1)). Sua sigla pode ser encontrada em moedas de prata e bronze até 1875.
| Francisco José Pinto CarneiroAs iniciais F.C. aparecem discretamente nas moedas de 500 e 1000 réis de prata de 1889. Aparecem, também, nas de 10000 e 20000 réis de ouro a partir de 1889 até 1922. |
Paulim Tasset (1839-1919)
Na produção estrondosa das moedas de 1901 (as primeiras e únicas onde a era é expressa em algarismos romanos - MCMI), todas cunhadas fora do Brasil (Alemanha, Inglaterra, Áustria, França e Bélgica), entre as estrelas aparece uma discretíssima sigla PT, quase imperceptível, sigla do francês Paulim Tasset.
João da Cruz Vargas
Um J sobreposto a um V, parecendo um Y deitado. Esse é o monograma que representa a assinatura de João Vargas. Em 1914, elaborou um ensaio para uma moeda de 2000 réis que acabou sendo utilizada nas moedas de 500 e 1000 réis de 1924 a 1931.
Calmon Barreto (1909-1994)
A série comemorativa do quarto centenário da colonização do Brasil (1932), conhecidas como Vicentinas, leva a assinatura de Calmon Barreto nas moedas de 200 e 500 réis: um monograma CB com a letra C envolvendo a letra B. Variando ou simplesmente CB nas moedas posteriores (1935 a 1938).
Walter Rodrigues Toledo
Inicialmente, em 1932, era um monograma com as letra WT sendo o T formado pela perna da direita do W mostrado na série "vicentinas" nas moedas de 100 e 400 réis. Depois, variando ou apenas as iniciais WT (1935 a 1938) para, posteriormente (1942 a 1945), o T ir parar no meio do W.
Leopoldo Alves de Campos
Seu monograma já aparecia na série "vicentinas", de 1932, nos valores 100, 1000 e 2000 réis para aparecer novamente na série "brasileiros ilustres", período de 1936 a 1938, nos valores 200, 300 e 2000 réis.
Arlindo Bastos
Monograma formado com as letras BA. Aparecem nas moedas de 200 e 2000 réis da série "vicentinas" (1932).Basílio Nunes
De alguma forma é um monograma com as letras B e N. Basílio Nunes assina o reverso da moeda de 400 réis da série "vicentinas", 1932.Hermínio José Pereira
No reverso da moeda de 1000 réis da série "vicentinas" consta a assinatura de Hermínio Pereira.
Orlando Moutinho Maia
O "O" sobreposto a um "M" forma o monograma utilizado por Orlando Maia identificar suas obras. Já em 1939 (brasileiros ilustres) percebe-se a gravação da sigla OM nas moedas de 2000 réis estendendo até os anos 1945 com o cruzeiro em andamento.
Benedito Ribeiro
No início do padrão cruzeiro, de 1942 a 1944 com a sigla BR.
Fonte: Catálogo das Moedas Brasileiras, Kurt Prober;
SNB - Sociedade Numismática Brasileira.
SNB - Sociedade Numismática Brasileira.