Uma vez fui
repreendido em um grupo de numismática por ter utilizado a palavra Real para
falar de Réis! Mas muitos colecionadores sabem que o uso da palavra real como
unidade monetária deriva da palavra real no sentido de realeza.
Sendo pela primeira vez registrada por escrito, no sentido monetário, em 1339,
durante o reinado de D. Afonso IV de Portugal (1325-1357).
Somente no tempo de
D. Afonso IV, o dinheiro passou a ser conhecido por alfonsim ou real.
Alfonsim porque era cunhada pelo rei Afonso, e real porque era a moeda do rei,
da realeza portuguesa. Como foi um rei forte ao seu tempo, reinando por mais de
32 anos, o nome se perpetuou. Antes de D. Afonso IV as moedas cunhadas pelos
reis portugueses eram chamadas de dinheiro,
porque é o aportuguesamento da palavra denário, moeda romana que
ainda circulava na Europa.
O primeiro real foi introduzido por D. Fernando I cerca de 1380. Era
uma moeda de prata e tinha um valor de 120 dinheiros, tornou-se a unidade base em Portugal. Desde o reinado
de D. Manuel I (1495-1521), o nome
foi simplificado para "real", coincidindo com o início da cunhagem de
moedas de real em cobre.
Começou a ser usada a forma "réis" em vez de "reais" no
reinado de D. João IV de Portugal (1640-1656), após o período da monarquia
espanhola em Portugal, de 1580 a 1640.
Em 1911 o escudo substituiu o real. No entanto, o termo
"conto" sobreviveu à introdução do escudo, como sinônimo de 1000 escudos.
Moedas e notas
denominadas em reais foram
emitidas também em diferentes partes do Império Português
Ex: real Angolano, real de Cabo Verde, real de Moçambique, real da Guiné Portuguesa e real de São Tomé e Príncipe. O Brasil
adotou o real como a denominação da
sua moeda atual.
Então não se assuste
se alguém se referir ao padrão Réis como Real pois as duas tratativas estão
corretas!